Panorama internacional

Ex-chanceler alemão Schroder apela a lançar gasoduto Nord Stream 2

O ex-chanceler alemão Gerhard Schroder se manifestou a favor de lançar o mais rápido possível o gasoduto Nord Stream 2 a fim de reduzir a pressão financeira sobre a população europeia, comunicou o jornal alemão Stern.
Sputnik
De acordo com Schroder, o lançamento do gasoduto é o método mais fácil de resolver o problema de escassez de combustível.

"A decisão mais fácil seria pôr em funcionamento o gasoduto Nord Stream 2. A sua construção está concluída. Se as coisas piorarem ainda mais, temos este gasoduto, e com as suas duas linhas em funcionamento não teremos problemas de abastecimento das indústrias e domicílios alemães", esclareceu Schroder.

O ex-chefe do governo alemão também criticou a decisão das autoridades alemãs de prescindir do gasoduto russo-alemão (que nunca chegou a funcionar), alertando para as consequências desastrosas, entre as quais a redução dos padrões de vida dos alemães.
Panorama internacional
Ministro alemão foi condenado por ter admitido que Ocidente cometeu erros nas relações com Moscou

"Muitas pessoas, que já agora têm de poupar cada cêntimo, terão ainda mais dificuldades. Assim, na Alemanha vai surgir uma pergunta: como é que nós estamos sem o gás do gasoduto Nord Stream 2? Porquê?", acrescentou o político.

Ao mesmo tempo, Gerhard Schroder lembrou a dependência das indústrias alemãs do combustível, afirmando que, devido ao déficit de gás, o país pode em breve ficar em uma situação sem precedentes, em que a Agência Federal de Redes terá de decidir quais dos produtores industriais receberão gás e quais não receberão. O ex-chanceler referiu como exemplo uma das maiores corporações químicas do mundo, a BASF.

"Se a BASF deixar de receber gás, terá um grande problema, enquanto nós, alemães, teremos um problema enorme", disse o político.

Em uma entrevista ao canal de televisão RTL, Gerhard Shroder respondeu às críticas por ainda seguir mantendo contatos com a Rússia, além das relações amigáveis com Vladimir Putin, em meio à crise na Ucrânia.
Segundo o ex-chanceler, a situação na Ucrânia pode ser resolvida através de negociações, estando o Kremlin pronto para elas. Contudo, os países da União Europeia, incluindo Berlim e Paris, não estão empreendendo quaisquer esforços alguns para pôr fim ao conflito.

"Não quero tirar o papel de mediador de ninguém no governo. Mas por que eu deveria parar as negociações que são legalmente possíveis e não ameaçam causar problemas para mim e minha família? […] A boa notícia é que o Kremlin quer resolver o conflito através de negociações. Afinal de contas, durante a crise já foram conduzidas conversas entre a Ucrânia e a Rússia, por exemplo as de Istambul, em março", lembrou Schroder.

Panorama internacional
Alemanha tem 3 meses até sofrer crise devastadora, diz Bloomberg
Além disso, o político alemão avaliou de maneira positiva a decisão de sua sucessora no cargo, Angela Merkel, de bloquear a possibilidade de Kiev aderir à OTAN. Segundo Schroder, a neutralidade política pode ser para a Ucrânia como alternativa à participação da OTAN.
Nesse contexto, Schroder também respondeu às acusações de seguir mantendo "contatos próximos" com o Kremlin, tendo excluído qualquer possibilidade de romper as relações com Moscou.
"Será que me distanciar pessoalmente de Vladimir Putin vai trazer algum benefício? Eu tomei certas decisões e eu as mantenho. E deixei claro: talvez eu possa ser útil novamente. Então, por que devo pedir desculpas por isso?”, concluiu.
Na semana passada, Schroder visitou a Rússia. Inicialmente ele comunicou à mídia que estava em Moscou de férias. Contudo, mais tarde, sua esposa, Soyeon Kim-Schroder disse à edição Spiegel que o ex-chanceler tinha ido à Rússia para conduzir negociações sobre a questão da energia. O Ministério das Relações Exteriores alemão, por sua vez, negou qualquer ligação entre as autoridades alemãs e a viagem de Schroder.
Panorama internacional
Rússia orientada para a China é ainda mais perigosa para a UE, diz político alemão
Comentar