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Por temor de violência política, VIII Marcha das Mulheres Negras muda local de saída no Rio

Marcha estava marcada para sair do posto 4 de Copacabana, em direção ao Leme. Porém, um evento dedicado à família foi marcado subitamente para o mesmo local.
Sputnik
Marcada para este domingo (31), no Rio de Janeiro, a VIII Marcha das Mulheres Negras teve de mudar seu local de concentração.
Tradicionalmente, a concentração e saída da marcha ocorre no posto 4 da praia de Copacabana. Porém, excepcionalmente nesta edição a concentração será no posto 3. O evento está marcado para às 10h, e sairá em direção ao Leme.
A mudança no local de partida da oitava edição da marcha foi decidida por conta de um evento dedicado à família, que foi marcado repentinamente para o mesmo local.
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Em nota enviada à Sputnik Brasil, os organizadores da marcha informaram que optaram pela mudança para evitar o conflito. Valéria Neves, Coordenadora Estadual de Mulheres do Movimento Negro Unificado do Rio de Janeiro (MNU-RJ) e membro da Coordenação do FEMNEGRAS para a Marcha, pediu apoio da população carioca para evitar qualquer tipo de violência.

"Precisamos do apoio de toda a população já que a marcha que irá reunir mulheres de todo o estado do Rio de Janeiro, até para evitar que haja qualquer tipo de violência em um contexto de violência política como nós já estamos acompanhando no país. Nós só queremos caminhar e apresentar nossas reivindicações, nossas demandas e nossa luta. Vamos marchar em paz", informou Neves.

A primeira edição da marcha ocorreu em 2015, em Brasília. Com a participação de 50 mil pessoas, o evento foi considerado um marco na luta contra o racismo e pelo reconhecimento do protagonismo da mulher negra. No Rio de Janeiro, o evento é organizado pelo Fórum Estadual de Mulheres Negras, pela @femnegrasRJ e pela coordenação estadual de mulheres negras.
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Violência política desperta preocupação

A alteração no local de concentração da marcha reflete os temores diante do aumento na violência política no Brasil. O acirramento de tensões, alimentado pela polarização e fomentado nas redes sociais, levou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a criar um grupo de trabalho para articular ações de combate à violência política nas eleições deste ano.
Segundo o presidente do TSE e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, a criação do órgão se deu após o recebimento de denúncias de agressões de viés político contra parlamentares e jornalistas.
O grupo de trabalho foi anunciado duas semanas após o assassinato de Marcelo Arruda, tesoureiro do PT morto a tiros pelo policial penal bolsonarista Jorge Guaranho, quando comemorava o aniversário de 50 anos em uma festa temática do PT.
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