Panorama internacional

Rússia orientada para a China é ainda mais perigosa para a UE, diz político alemão

O primeiro-ministro do estado federado alemão da Saxônia, Michael Kretschmer, em entrevista à edição alemã Die Zeit, chamou a ideia do isolamento permanente da Rússia de "absurda" e "perigosa".
Sputnik

"A Rússia, orientada para a China, sem quaisquer laços com a Europa, ainda é mais perigosa para nós. Ao longo das últimas décadas, Moscou e a Europa têm conseguido construir relações fortes em tais esferas como a ciência, cultura e negócios", salientou.

Ao mesmo tempo, o político alemão se manifestou a favor do cessar-fogo na Ucrânia.
"Devemos insistir nas negociações. Não deve haver perdedores", acredita Kretschmer.
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Anteriormente, Michael Kretschmer afirmou que a Alemanha deve atuar como mediador no conflito na Ucrânia, desempenhando um papel central na resolução da crise junto com a França, EUA e outros países.
"Devemos fazer com que esta guerra seja congelada", disse o político alemão, tendo sido severamente criticado pela ministra das Relações Exteriores alemã, Annalena Baerbock.
Segundo Baerbock, a Alemanha já se esforçou bastante para pôr fim ao conflito na Ucrânia, se referindo às conversas telefônicas do chanceler alemão, Olaf Scholz.
Kretschmer, ao mesmo tempo, defende que, caso o Ocidente mantenha a sua abordagem atual em relação às negociações de paz entre a Rússia e a Ucrânia, recusando os recursos energéticos russos, o cessar-fogo nunca será conseguido.
Kretschmer disse que a discussão pública atual é "unilateral" e enfatizou que a guerra seria um fardo significativo para a Alemanha.
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"A discussão atual é muito unilateral. […] Estou firmemente convencido de que precisamos do fornecimento dos recursos. Além disso, creio que devemos tentar juntos influenciar o presidente russo, bem como convencer a Ucrânia de que todos juntos devemos congelar este conflito", concluiu o primeiro-ministro da Saxônia.

Após o início da operação militar especial de desnazificação e desmilitarização da Ucrânia, o Ocidente intensificou as sanções contra a Rússia. O rompimento das cadeias logísticas levou ao aumento de preços de combustível e alimentos na Europa e nos EUA, o que afetou milhões de famílias europeias. A recusa da Europa de se sentar à mesa das negociações com a Rússia só fez com que a situação econômica na União Europeia piorasse.
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