Panorama internacional

Em defesa dos Estados africanos, Lavrov responde Macron: eram de se esperar declarações mais éticas

O ministro das Relações Exteriores russo realizou uma viagem de cinco dias por quatro países da África esta semana, onde ele e seus anfitriões discutiram maneiras de fortalecer os laços, aumentar o comércio fora do dólar e impulsionar a cooperação em áreas que vão desde energia, transporte e agricultura até a esfera técnico-militar.
Sputnik
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, criticou o presidente francês Emmanuel Macron por suas recentes alegações de que Moscou está apoiando "juntas" na África.
"Se bem me lembro, ele [o presidente Macron] disse que estava preocupado com a atividade militar e diplomática da Rússia na África e com o que ele disse não ser cooperação, mas o apoio a regimes ilegítimos e juntas falidas", disse Lavrov, falando a repórteres no Uzbequistão, nesta sexta-feira (29).
"No que diz respeito ao presidente Macron e suas declarações, eram de se esperar declarações mais éticas dos franceses", acrescentou o diplomata russo.
"Se você olhar para a lista dos países que visitamos na África, se é a isso que Macron estava se referindo, seria bastante insultante para os Estados que continuam, apesar de tudo, a desenvolver metodicamente as relações com a Federação Russa", enfatizou Lavrov.
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Em uma viagem à África esta semana, realizada em paralelo com a de Lavrov, Macron acusou a Rússia de iniciar "um novo tipo de guerra mundial híbrida" e caracterizou Moscou como "uma das últimas potências coloniais imperiais".
"Quando você os vê aparecendo aqui, é isso que está acontecendo", disse o presidente francês fazendo referência às atividades russas na República Centro-Africana e no Mali. Macron acusou a Rússia de "apoiar poderes políticos enfraquecidos que lutam para assumir responsabilidades ou juntas ilegítimas" e de usar "desinformação" e "milícias" para alcançar seus objetivos.
As alegações de Macron levantaram suspeitas, já que a Rússia é a única grande nação europeia que nunca teve colônias na África e nunca roubou o continente de seus recursos e potencial humano. Na semana passada, em uma entrevista à Sputnik, antes de sua turnê pela África, Lavrov lembrou o apoio de longa data de Moscou às nações africanas durante o século XX, quando Moscou ajudou a região em sua luta de libertação nacional contra os colonialistas.
Durante a turnê desta semana, que o levou ao Egito, Etiópia, Uganda e República do Congo, Lavrov e seus anfitriões discutiram a cooperação russo-africana em áreas que vão desde energia nuclear e comércio, até apoio técnico-militar. Em uma entrevista coletiva conjunta com o presidente de Uganda, Yoweri Museveni, na terça-feira (26), Lavrov disse a um correspondente da Sputnik que a África certamente vai desempenhar um papel maior na política externa da Rússia em meio às tentativas ocidentais de isolar Moscou.
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