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China rebate fala da Defesa dos EUA em evento no Brasil: preconceituosa e remonta à Guerra Fria

Pequim afirma que a China nunca interferiu nos assuntos internos das nações da América Latina enquanto os EUA insistem no monroísmo em relação a eles, mas com outros países impõem seus próprios interesses.
Sputnik
A Embaixada da China em Brasília rebateu as declarações do secretário da Defesa dos EUA, Lloyd Austin, feitas ontem (26) durante a 15º Conferência de Ministros da Defesa das Américas (CMDA) sediada no Brasil.
Em nota divulgada nesta quarta-feira (27), o governo chinês afirmou que a declaração do secretário norte-americano remonta à Guerra Fria e está repleta de preconceitos ideológicos, segundo o jornal O Globo.
"Trata-se de uma declaração que desconsidera os fatos e está repleta da mentalidade da Guerra Fria e de preconceitos ideológicos. O gesto revela, mais uma vez, as intenções sinistras de certas forças nos EUA que visam cercear o desenvolvimento da China, prejudicar as relações China-América Latina e manter sua hegemonia no mundo. Manifestamos veemente objeção a esta atitude", diz um trecho da nota.
Pequim ainda exorta "o lado americano a levar em conta a opinião pública da China, da América Latina e da comunidade internacional, abandonar o pensamento de soma zero da Guerra Fria e retornar ao caminho certo de defesa da equidade e da justiça internacionais. A América Latina, com sua pujança e dinamismo, compartilha os mesmos interesses com a China na busca da parceria de benefício mútuo e do progresso comum, assim como aspirações semelhantes em uma nova conjuntura internacional e respostas a desafios globais".
Panorama internacional
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Por fim, o gigante asiático afirmou que "a China nunca interferiu nos assuntos internos dos países latino-americanos, jamais ditou seu relacionamento a partir de considerações geopolíticas, nem buscou criar esferas de influência ou participar de supostos jogos estratégicos. No entanto, são os EUA que, insistindo no monroísmo (doutrina segundo a qual não são admitidas interferências na política dos EUA), impõem seus próprios interesses às nações da América Latina, interferindo arbitrariamente nas parcerias internacionais fora da região [...]".
Austin disse que Pequim "mina a ordem internacional estável, aberta e baseada em regras" no hemisfério Ocidental e que "a democracia é o símbolo das Américas", entretanto, tal sistema estaria ameaçado pelo "esforço da China para obter influência" na região, conforme noticiado.
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