Panorama internacional

União Europeia esgotou suas capacidades de impor sanções contra Rússia, diz Le Monde

O último pacote de sanções da União Europeia demonstrou que o bloco esgotou as suas capacidades de impor restrições contra a Rússia, afirmou sob anonimato um diplomata francês ao diário Le Monde.
Sputnik
A União Europeia aprovou o sétimo pacote de sanções contra a Rússia, que na sua essência não implica imposição de qualquer medida séria. Em vez disso, é destinado a harmonizar as políticas do bloco com o posicionamento dos seus aliados, escreve a edição francesa. Ao contrário dos seis pacotes de sanções anteriores, o último não contém nenhuma medida séria.
"Chegamos ao fim do que podíamos fazer", afirmou ao Le Monde a sua fonte do Ministério das Relações Exteriores francês.
Assim, 27 países-membros da União Europeia não planejam recusar o gás russo, já que não conseguem superar mesmo os problemas atuais de fornecimento. Ao mesmo tempo, mesmo a Polônia e os Países Bálticos não estão prontos para colocar à mesa de negociações tal proposta, principalmente porque tal passo salientaria o fato de haver discórdia dentro do bloco.
Dessa maneira, o ministro das Relações Exteriores húngaro, Peter Szijjarto, criticou a proposta da Comissão Europeia de reduzir em 15% o consumo de gás da União Europeia por ser demasiado ambígua.
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"No caso da Hungria – assim como no caso de qualquer outro país, o que significa isso? Todo o mundo precisa [consumir] 15% menos? Consumidores industriais? Proprietários de apartamentos? Proprietários de casas?", sublinhou Szijjarto.

O político húngaro expressou a sua convicção de que a proposta da União Europeia era quase impossível de ser implementada.

"Creio que a Comissão Europeia deva procurar novas fontes de gás, marcando a firmação de novos acordos", afirmou o ministro.

Acrescentou que "cedo ou tarde" os países-membros da União Europeia terão que debater se as sanções impostas contra a Rússia pela sua operação militar na Ucrânia efetivamente produzem o efeito desejado.
"A emergência energética não está tendo sucesso no país que estamos sancionando, mas nos nossos países, nos que têm imposto essas sanções", explicou Szijjarto.
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Segundo o artigo do Le Monde, a Europa queria que as suas sanções coincidissem com as restrições do G7: ainda no fim de junho este grupo de países se recusou a importar ouro russo. Mesmo assim, o novo pacote também enfraquece parcialmente as sanções antirrussas. As restrições aprovadas pelo Conselho da União Europeia não afetam a produção agrícola, fertilizantes e alimentação.
Após o início da operação militar russa de desmilitarização e desnazificação da Ucrânia, o Ocidente fortaleceu a pressão das sanções contra Moscou: os ativos russos de centenas de bilhões de dólares foram congelados, com certos bancos russos tendo sido desligados do sistema SWIFT e muitas marcas comerciais tendo abandonado o país. A União Europeia já aprovou sete pacotes de sanções, através dos quais impôs o embargo ao carvão e petróleo russos. Tudo isso resultou em problemas econômicos para o próprio Ocidente, ao provocar o aumento de inflação e preços de alimentos e gasolina.
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