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Lula envia Alckmin a estado de maioria bolsonarista para aproximar agronegócio e costurar alianças

Mirando em um relevante grupo de eleitores que ainda é bastante agregado ao presidente Bolsonaro, petista envia seu vice de chapa neste mês para uma extensa agenda com representantes do setor para angariar mais votos no Mato Grosso.
Sputnik
Até o momento, o ex-presidente Lula vem despontando na liderança da corrida presidencial para o pleito deste ano, entretanto, há uma categoria de eleitores que possui forte influência no contexto político, mas que ainda se encontra distante do petista e bastante próximo ao presidente Jair Bolsonaro: o grupo do agronegócio.
Sabendo disso, Lula escalou seu vice de chapa, o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), para ir ao Mato Grosso em agosto para uma série de agendas com entidades representativas do setor. De acordo com o Valor Econômico, a visita deve ocorrer na primeira quinzena do mês.
Outra missão do ex-governador é levar o PSB para a chapa de oposição no estado mato-grossense. As movimentações ocorrem após o petista selar aliança com o deputado Neri Geller (PP) – ex-ministro da Agricultura no governo Dilma e vice-presidente da bancada ruralista – no estado.
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Segundo a mídia, a aliança com Geller foi fechada na semana passada durante encontro em Brasília. Com o apoio de Lula, Geller vai concorrer ao Senado. A expectativa é de que, a pedido do petista, o senador Carlos Fávaro (PSD-MT) aceite disputar o governo do Mato Grosso.
Em entrevista ao jornal, Fávaro disse que não tem martelo batido em relação à chapa majoritária no Mato Grosso, no entanto, confirmou que Alckmin cumprirá agenda solo inicialmente no estado e que Lula irá em um segundo momento.
"Acharam que Bolsonaro era unanimidade no agronegócio. Estamos comparando os dois governos [Lula e Bolsonaro]. É gritante a diferença para o setor", afirmou o senador.
A aproximação do agronegócio a Lula também é estratégica para classe em caso de vitória do petista na possível montagem do ministério. A intenção é evitar que alas consideradas mais radicais historicamente ligadas ao partido emplaquem o comandante da pasta, como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
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O MST é sempre destacado nos discurso de Bolsonaro quando cita algumas realizações do governo voltadas ao setor do agronegócio. O presidente menciona, por exemplo, a redução das invasões e ocupações realizadas pelo MST, além do aumento do acesso a armas e munições para os proprietários de terras.
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