Panorama internacional

Ex-chefe da Defesa dos EUA é recebido por Taiwan como 'amigo leal' para visita de 4 dias

Mark Esper, chefe da Defesa do governo Trump, é um apoiador de longa data de Taiwan, tendo pressionado Washington a rever sua política de Uma Só China.
Sputnik
O ex-chefe da Defesa dos EUA, Mark Esper, está em viagem de quatro dias a Taiwan para tomar conhecimento das últimas ameaças à segurança enfrentadas pela ilha, disse o Ministério das Relações Exteriores de Taipé.
O ministério descreveu Esper como um "amigo leal" de Taiwan, em reconhecimento à postura do ex-chefe da Defesa norte-americana pela revisão da política de Uma Só China de Washington.
Pequim vê Taiwan como parte de seu território, portanto, um assunto interno. Já a política de Uma Só China dos EUA, embora reconheça Pequim como o governo legítimo da China, apenas reconhece, mas não endossa, sua posição de que Taiwan é parte da China.
"A delegação [dos EUA] visitará altos funcionários do governo e departamentos relevantes e terá intercâmbio com grupos de reflexão e líderes empresariais aqui para tomar conhecimento dos últimos desenvolvimentos [em Taiwan]", disse o comunicado do ministério.
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De acordo com o South China Morning Post, o conflito na Ucrânia trouxe uma crescente atenção global para a questão de Taiwan. Em seu comunicado, o Ministério das Relações Exteriores da ilha expressou ainda esperanças de que a visita dos delegados norte-americanos ajude "a aumentar a compreensão e o apoio dos formuladores de políticas americanos e europeus a Taiwan".
Esper está viajando com o vice-presidente sênior e diretor do grupo de reflexão Atlantic Council, Barry Pavel, e o ex-representante permanente italiano na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e atual membro sênior não residente desse grupo Stefano Stefanini, eles devem se encontrar com a presidente Tsai Ing-wen na terça-feira (19), de acordo com o porta-voz de seu gabinete, Xavier Chang.
"A presidente espera que, por meio dessas trocas, os EUA e a Europa aprofundem seu apoio a Taiwan e a cooperação entre parceiros democráticos no mundo", disse Chang.
Segundo Esper, Washington precisa manter a vigilância em sua missão de deter a agressão do Exército Popular de Libertação (EPL) da China a Taiwan, já que para o especialista em Defesa Pequim é a maior ameaça estrangeira enfrentada pelos EUA hoje e uma revisão da postura norte-americana evitaria possíveis cenários de conflito na região.
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Pequim reivindica soberania sobre Taiwan, que considera um território separatista, e promete recuperar a ilha pela força, se necessário. Também adverte os países que reconheçam Pequim e observem a política de uma só China contra o estabelecimento de contato oficial com a ilha.
Embora Washington não tenha relações diplomáticas com Taipé, mantém com ela o que o Departamento de Estado dos EUA chama de laços "não oficiais robustos" e é seu principal fornecedor internacional de armas.
Os EUA deveriam abandonar sua política de "ambiguidade estratégica" ao lidar com Pequim, segundo Esper, porque tal mudança poderia impedir que Pequim atacasse Taiwan.
Nos últimos meses, o presidente Joe Biden provocou polêmica ao afirmar o "compromisso" dos EUA em defender Taiwan caso o território seja atacado pelo ELP. Mas a Casa Branca apressou-se em retirar suas observações, justificando que não houve mudança na política de ambiguidade estratégica.
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