Panorama internacional

Autoridades de Zaporozhie dizem que diretor-geral da AIEA pode visitar região via Crimeia ou via RPD

Vladimir Rogov, membro da administração militar-civil da região de Zaporozhie, traçou duas rotas para a chegada do diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, à região: por meio da Crimeia, ou através da República Popular de Donetsk (RPD).
Sputnik
As declarações de Rogov foram dadas à Sputnik neste sábado (16).
"Estamos abertos para a visita de inspeção do diretor-geral da AIEA, mas isso é impedido pelo regime do [presidente ucraniano Vladimir] Zelensky, que teme que seus experimentos ilegais no plano de energia nuclear de Zaporozhie se tornem conhecidos do público internacional. Proponho que Grossi venha para a Rússia e depois viaje para a região de Zaporozhie pela Crimeia ou pela RPD. Ambas as rotas são seguras", afirmou.
Rafael Grossi, diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), visita usina nuclear Fukushima Daiichi em Okuma, prefeitura de Fukushima, Japão, 19 de maio de 2022
Em uma nota divulgada na última quinta-feira (14), a AIEA informou que Grossi deseja visitar as instalações da região.
Não há, contudo, uma data marcada oficialmente para realização da inspeção.

"O diretor-geral Grossi mais uma vez enfatizou a importância da AIEA poder viajar para a Usina Nuclear de Zaporozhie para realizar atividades essenciais de segurança, proteção e salvaguardas na maior central nuclear da Ucrânia. A AIEA não pode visitar Zaporozhie desde antes do atual conflito militar na Ucrânia. As forças russas assumiram o controle da usina há mais de quatro meses, mas a equipe ucraniana continua a operá-la. Em comunicações oficiais esta semana, a Ucrânia informou a AIEA sobre a situação 'extremamente difícil' na central nuclear 'devido à pressão constante' sobre seus funcionários", afirma o texto.

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Militares russos, durante a operação especial para desmilitarizar e desnazificar a Ucrânia, assumiram o controle da região de Kherson, no sul do país, e de parte da região de Zaporozhie.
Administrações civis-militares foram formadas nas áreas libertadas. Os moradores podem fazer transações comerciais em rublos russos, a transmissão de canais de TV e estações de rádio russas começou e os laços comerciais com a Crimeia estão sendo restaurados.
As regiões anunciaram planos para que os territórios se tornem parte da Rússia.
No final de maio, o diretor-geral da AIEA afirmou que 30 toneladas de plutônio e 40 toneladas de urânio enriquecido estão armazenadas na Usina Nuclear de Zaporozhie, que está sob controle dos militares russos.

"São 30 mil quilos de plutônio, 40 mil quilos de urânio enriquecido, e meus inspetores não têm acesso a isso", disse Grossi no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça.

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Segundo reportagens anteriores publicadas pela mídia, a Agência Internacional de Energia Atômica estava mantendo conversas com a Ucrânia e a Rússia sobre a admissão de especialistas na central nuclear de Zaporozhie.

"Esperamos ir até lá para evitar que haja um problema ou que acabemos descobrindo que estão faltando algumas centenas de quilos de material para armas nucleares", disse ele.

No final de abril, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia negou relatos na mídia ocidental sobre supostos "danos" às instalações nucleares ucranianas.
Também informou que militares russos controlam a situação nas usinas nucleares de Chernobyl e Zaporozhie.
Em 24 de fevereiro de 2022, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou o início de uma operação militar especial para "desmilitarização e desnazificação da Ucrânia".
Durante a operação, as Forças Armadas da Rússia eliminam instalações da infraestrutura militar ucraniana sem realizar ataques contra alvos civis em cidades.
Os militares russos também organizam corredores humanitários para população civil que foge da violência dos neonazistas e nacionalistas.
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