Panorama internacional

EUA suavizam sanções e autorizam transações com a Rússia relacionadas a fertilizantes e alimentos

Os Estados Unidos emitiram uma licença geral autorizando transações com a Rússia relacionadas a fertilizantes, sementes e outras culturas alimentares, anunciou o Departamento do Tesouro nesta quinta-feira (14).
Sputnik
A pasta também autorizou transações com a empresa de energia Securing Energy for Europe (SEFE), subsidiária da estatal russa Gazprom na Alemanha que está sob controle de Berlim desde 4 de abril.
As medidas suavizam uma parte das pesadas sanções impostas à Rússia em decorrência de sua operação militar especial na Ucrânia, desencadeada em 24 de fevereiro.

"Para os fins desta licença geral, commodities agrícolas, medicamentos e dispositivos médicos são definidos da seguinte forma: commodities agrícolas, [que] se destinam ao uso como alimentos para humanos (incluindo alimentos crus, processados ​​e embalados; animais vivos; vitaminas e minerais; aditivos ou suplementos alimentares; e água potável engarrafada) ou animais (incluindo rações para animais); sementes para culturas alimentares; fertilizantes ou fertilizantes orgânicos; ou materiais reprodutivos (como animais vivos, ovos fertilizados, embriões e sêmen) para a produção de animais para alimentação", disse o comunicado.

Organizações mundiais e internacionais estão alertando sobre uma crise alimentar iminente e em larga escala devido à situação na Ucrânia.
A Rússia e a Ucrânia representam cerca de 30% das exportações globais de trigo, 20% de milho e 76% de óleo de girassol.
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Já a autorização de comércio de energia para a SEFE se estende até 16 de dezembro, segundo informou o Departamento do Tesouro dos EUA.

"Todas as transações envolvendo SEFE Securing Energy for Europe GmbH (anteriormente conhecida como Gazprom Germania GmbH), ou qualquer entidade na qual SEFE Securing Energy for Europe GmbH possua, direta ou indiretamente, 50% ou mais de juros, que estão proibidas são autorizadas até 16 de dezembro de 2022", informou o texto da licença do Departamento do Tesouro.

Em junho, o governo alemão disse que decidiu estender a gestão externa da Gazprom Germania GmbH e conceder à empresa um empréstimo para evitar a falência.
O ministro das Finanças alemão, Robert Habeck, defendeu a nacionalização completa da antiga divisão alemã da Gazprom, a Gazprom Germania GmbH.
O chanceler Olaf Scholz, entretanto, rejeitou a ideia porque estava preocupado que pudesse irritar o presidente da Rússia, Vladimir Putin, informou a Bloomberg.
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A Gazprom deixou de ser proprietária da Gazprom Germania no fim de março, após relatos da mídia sobre buscas que foram feitas em suas instalações.
Pouco tempo depois, em 4 de abril, as autoridades alemãs tomaram a Gazprom Germania sob gestão temporária. Em maio, a empresa se viu na lista de sanções retaliatórias impostas pelo governo russo.
Desde o início da operação militar especial, os EUA e seus aliados iniciaram a aplicação de uma miríade de sanções contra Moscou. Entre as medidas estão restrições econômicas às reservas internacionais russas e a suas exportações de petróleo, gás, aço e ferro.
A escalada de sanções transformou a Rússia, de forma disparada, na nação mais sancionada do mundo, segundo a plataforma Castellum.ai, serviço de rastreamento de restrições econômicas no mundo.
No total, estão em vigor 11.411 medidas restritivas contra a Rússia, segundo os cálculos do site. A quantidade é mais que o triplo das 3.637 sanções impostas pelo Ocidente ao Irã. Na sequência, aparecem a Síria (2.614), a Coreia do Norte (2.111), Belarus (1.133), a Venezuela (651) e Mianmar (567).
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