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Europa não poderá se tornar independente do gás russo a longo prazo, diz investidor norte-americano

A União Europeia não pode abandonar totalmente a importação de gás russo a longo prazo, afirmou à Sputnik um experiente investidor norte-americano, Jim Rogers.
Sputnik
Alguns líderes europeus apelaram para a União Europeia introduzir a proibição total das importações de gás russo no próximo, sétimo, pacote de sanções a aplicar à Rússia.

"Talvez, a curto prazo, mas tenho dúvidas se falarmos a longo prazo", disse Rogers quando foi perguntado se era possível que a Europa se tornasse independente do fornecimento de gás russo.

A União Europeia pode tentar substituir o gás russo por entregas de combustível do Oriente Médio ou dos Estados Unidos, mas isso será muito complicado, levando em conta que os europeus terão de encontrar uma fonte capaz de garantir o fornecimento de grandes volumes de gás durante um longo período de tempo.
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"Dessa maneira, as decisões a curto prazo não vão resolver o problema", afirmou Rogers. "A Europa é demasiado grande, sua economia é enorme, por isso as decisões a curto prazo não chegam."
Segundo Rogers, a decisão da União Europeia de limitar as importações de gás russo até o fim do ano vai causar problemas nos meses mais frios e no próximo ano, caso o bloco não consiga encontrar uma alternativa viável ao fornecimento do gás russo.
Além disso, Rogers salientou que as economias dos países da UE estão sofrendo com as sanções que eles mesmos impuseram.
De acordo com o investidor norte-americano, os países europeus poderiam voltar a abrir usinas nucleares e de carvão para obter uma fonte de energia alternativa, mas, para tal, é preciso que façam algo de forma rápida, por terem cortado uma de suas fontes de energia principais, disse.
Segundo os dados da Agência Internacional de Energia (AIE), em 2021 a União Europeia importou da Rússia 155 bilhões de metros cúbicos de gás natural, o que constitui 45% das importações do bloco e 40% de seu consumo geral.
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