Panorama internacional

Moscou responde à proposta de Tóquio de estabelecer teto de preços para petróleo russo

O ex-presidente Dmitry Medvedev alertou que o teto de preço do petróleo proposto por Tóquio pode elevar o petróleo acima de US$ 400 o barril (cerca de R$ 2.158 mil).
Sputnik
A proposta de Tóquio de colocar um teto nos preços do petróleo russo reduziria significativamente a oferta de petróleo no mercado e poderia elevar drasticamente os preços da commodity, alertou o ex-presidente russo Dmitry Medvedev, nesta terça-feira (5).
Respondendo à ideia apresentada pelo primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, no domingo (3), Medvedev escreveu em seu canal Telegram que o Japão "não teria petróleo nem gás da Rússia, bem como nenhuma participação no projeto Sakhalin-2 LNG" - projeto de extração de gás natural e petróleo no qual o Japão tem participação - caso Tóquio decidisse seguir com a proposta.
"O primeiro-ministro japonês Kishida deixou escapar recentemente que o preço máximo do petróleo russo seria fixado pela metade do preço atual. Além disso, seria criado um mecanismo que não permitiria a compra do nosso petróleo por um preço superior ao estabelecido", escreveu o ex-presidente.
O ex-presidente continuou explicando o que isso significaria quando "traduzido do japonês para o russo", escrevendo que tal movimento limitaria severamente a quantidade de petróleo disponível no mercado, fazendo com que seu preço fosse, na prática, "muito mais alto".
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"Na verdade, será ainda maior do que o preço astronômico previsto de US$ 300-400 o barril [cerca de R$ 1.617-2.258 mil]. Compare isso com a dinâmica dos preços do gás", disse Medvedev.
Durante a cúpula do G7 (grupo composto por Reino Unido, Alemanha, Itália, Canadá, Estados Unidos, França e Japão) da semana passada (26), os líderes do grupo concordaram em explorar a viabilidade de introduzir tetos temporários de preços de importação de combustíveis fósseis russos, incluindo petróleo, citando o conflito entre Moscou e Kiev.
No entanto, como apontou o Kremlin, a implementação de uma medida como a proposta japonesa exigiria, primeiro, a aprovação de outros países. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou na segunda-feira (4) que a ideia de Kishida era "apenas uma declaração, sem qualquer decisão tomada".
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