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Membros da oposição venezuelana residentes na Colômbia tentam deixar país por medo de perseguição

Segundo mídia, ex-funcionários e líderes contrários ao governo de Maduro que foram para território colombiano estão com medo de serem perseguidos, espionados ou até sequestrados depois da chegada de Petro à presidência do país.
Sputnik
Figuras da oposição venezuelana – como ativistas, líderes partidários, ex-funcionários do governo e desertores das Forças Armadas venezuelanas –, que transformaram a Colômbia em sua sede não oficial nos últimos anos, dizem que a eleição de Gustavo Petro como o primeiro presidente de esquerda do país os coloca em risco, e eles planejam sair, de acordo com o jornal Valor Econômico.
"Eu me sinto muito inseguro na Colômbia agora. Os laços de Maduro com o novo presidente não são segredo. Temos certeza de que o governo venezuelano vai querer que os membros da resistência e os militares sejam entregues. Somos uma ameaça" afirmou Pablo Parada, um ex-líder estudantil e prisioneiro político de 32 anos citado pela mídia.
No dia 28 de junho, Petro concedeu uma entrevista ao El País no qual foi indagado se agora a Colômbia extraditaria exilados venezuelanos e deu como resposta: "Não, de jeito nenhum", entretanto, seus planos para eles não estão claros.
De acordo com a mídia, a figura da oposição venezuelana mais proeminente em busca de opções de saída é o ex-presidente da Assembleia Nacional Julio Borges, que fundou o partido Primero Justicia e está em Bogotá há mais de quatro anos. O governo de Caracas emitiu um mandado de prisão contra ele, acusando-o de ajudar a planejar um ataque com drone explosivo contra Maduro.
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Em Bogotá, Borges vai para as reuniões de bicicleta e faz caminhadas no parque, uma mudança radical em relação a Caracas, onde andava em veículos à prova de balas escoltados por guarda-costas. Segundo pessoas que o conhecem, ele teme que, quando Petro estiver no cargo, enfrente novas ameaças.
Outra figura-chave que também quer sair é Carlos Paparoni, um parlamentar venezuelano de 33 anos que liderou várias investigações sobre corrupção e crime organizado ligadas à administração de Maduro.
Enquanto esses políticos proeminentes buscam empregos ou asilo politico em Miami, Washington ou Madri, a maioria dos outros – ativistas de nível médio e desertores do Exército – enfrentam escolhas mais desesperadas. O ex-líder estudantil Parada, por exemplo, diz que pretende cruzar a perigosa floresta que separa a Colômbia do Panamá a pé.
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