Panorama internacional

Protagonismo da UE é usado para travar guerra econômica contra Rússia, diz mídia

De acordo com mídia alemã, o bloco está se tornando cada vez mais parecido com uma organização militar sob pressão dos EUA.
Sputnik
A liderança da União Europeia (UE) conduziu uma "guerra econômica" contra a Rússia, em parte devido a preocupações de que os Estados-membros pudessem ser prejudicados por sanções secundárias dos EUA, disse a revista alemã Spiegel, em sua última edição.
Ainda segundo a publicação, sob o pretexto de punir Moscou por sua operação militar especial na Ucrânia, a Comissão Europeia acabou ganhando poder adicional.
A UE não mediu palavras ao descrever o esforço de suas sanções contra Moscou, de acordo com a edição de junho da revista Spiegel que até ligou para o coordenador-chefe do esforço, Bjoern Seibert, o comandante-chefe dos "guerreiros econômicos", embora ele rejeite o rótulo, dizendo que "não é assim que a UE funciona".
Seibert é chefe do gabinete da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. Ele tem sido o homem de ponta da união para as sanções à Rússia desde novembro, quando o diretor da CIA, William Burns, fez uma visita inesperada a Bruxelas depois de ir a Moscou.
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A revista afirma que Bruxelas na época "temia que os EUA pudessem decidir unilateralmente sobre as sanções" devido a uma potencial escalada na Ucrânia. As empresas europeias poderiam ser submetidas a sanções sem que Bruxelas tivesse qualquer opinião sobre a questão e, para evitar isso, as autoridades da UE concordaram em preparar uma resposta unificada. Ainda segundo a apuração, as ações da UE em relação à Ucrânia podem estar preparando o bloco para um futuro conflito com a China.
À medida que a antiga comunidade econômica se transforma em uma "aliança de segurança", Bruxelas promulgou dezenas de leis, contratou mais funcionários e ganhou força. "A comissão usou habilmente a situação para garantir poderes adicionais", disse um diplomata da UE em Bruxelas à revista.
Depois que as hostilidades na Ucrânia começaram, a UE não queria impor cortes repentinos na energia russa, mas o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, anunciou um embargo de petróleo com o presidente dos EUA, Joe Biden. Pouco depois, von der Leyen disse que a UE deveria acompanhar os norte-americanos, mas as nações dependentes do petróleo russo resistiram, atrasando em semanas o sexto pacote de sanções da UE.
Os burocratas da UE consideram seus esforços um grande sucesso, embora parte do impacto leve meses ou até anos para se materializar, dizem eles. Spiegel, no entanto, salienta que Moscou já conseguiu combater algumas das restrições e está obtendo lucros recordes vendendo petróleo para a Índia, que o revende para países ocidentais.
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