Panorama internacional

Mídia: Alemanha receia perder seu poder caso Ucrânia seja integrada à UE

Alemanha receia a possibilidade de sua influência dentro da UE se corroer se a Ucrânia se tornar um membro de pleno direito do bloco, relata o The Telegraph, citando uma fonte diplomática.
Sputnik
Olaf Scholz, chanceler alemão, teria discutido o assunto com os líderes da União Europeia em Bruxelas a portas fechadas. De acordo com a fonte do veículo, ele pediu uma revisão do sistema de tratados da UE antes de a candidatura ucraniana ser aprovada.
No centro da preocupação está o sistema de votação da UE que leva em conta o número de países que votam e suas populações, uma realidade que daria à Ucrânia uma forte alavanca dentro do bloco. Segundo uma análise do Instituto Alemão para os Assuntos Internacionais e da Segurança, se Kiev ingressar à UE, será o seu quinto maior membro, mas também o mais pobre.
Também é possível que Kiev junte seus esforços com a Polônia e outras nações do Leste Europeu e do Centro da Europa, a fim de afastar tais Estados-chave do bloco como Alemanha e França.
"Isso mudaria o equilíbrio de poder dentro da UE mais longe da Alemanha e da França para a Europa Central e Leste Europeu, onde os países, com os nórdicos, pela primeira vez se tornariam um bloco mais considerável em termos de poder de voto", constatou o dr. Nicolai von Ondarza, do instituto alemão.
Tendo isso em mente, o líder alemão supostamente visa modernizar o sistema de voto na UE de tal forma que proibiria o surgimento de várias coligações de poder dentro do bloco para obter fundos adicionais de seus vizinhos ricos da Europa Ocidental. De acordo com a mídia, Scholz também quer abandonar os vetos nacionais.
No final de junho, a União Europeia atribuiu à Ucrânia status de candidata, um passo amplamente considerado um gesto "simbólico" em meio ao conflito com a Rússia.
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O primeiro-ministro belga, Alexander De Croo, ressaltou que o processo de adesão levará muitos anos de "reformas que serão muito difíceis e, para nós, é importantíssimo dar um forte sinal simbólico".
O presidente francês, Emmanuel Macron, também alertou Kiev que o ingresso à UE ainda pode estar a décadas de distância. O cronograma depende em grande parte da condição de a Ucrânia impor uma série de reformas econômicas, democráticas e anticorrupção.
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