Panorama internacional

EUA: exportações de microchips para a Rússia caem 90% e prejudicam fabricação de mísseis e tanques

As remessas mundiais de microchips para a Rússia caíram quase 90% desde que as restrições às exportações para o país foram introduzidas, deixando os fabricantes de armas no país sem suprimentos cruciais para produzir armas de precisão, como mísseis guiados e tanques, disse a secretária de Comércio dos EUA, Gina Raimondo.
Sputnik
As declarações dela foram dadas em um discurso nesta quarta-feira (29).

"Desde que os controles [sanções econômicas impostas ao Kremlin] foram implementados, as exportações globais de semicondutores para a Rússia, de todas as fontes, diminuíram quase 90%, deixando as empresas russas sem os chips necessários para uma ampla variedade de produtos, incluindo armas como mísseis guiados de precisão e tanques", afirmou Raimondo no discurso, em uma conferência realizada pelo Gabinete de Indústria e Segurança.

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Raimondo disse que os chamados controles aeroespaciais implementados pelos Estados Unidos e seus aliados têm restringido a capacidade da Rússia de gerar receita, reabastecer e apoiar seu setor de aviação militar.

"A Rússia pode ser forçada a encalhar entre metade e dois terços de suas aeronaves comerciais até 2025 a fim de canibalizá-las para peças de reposição", afirmou.

Para aplicar agressivamente seu regime de sanções contra a Rússia, na terça-feira (28) os Estados Unidos identificaram e adicionaram à sua lista várias partes na China e em outros lugares que foram contratados para fornecer insumos variados à Rússia após a operação militar especial na Ucrânia, disse Raimondo.
Os Estados Unidos também estão se reengajando com o mundo oriental para agir contra a Rússia por meio do Conselho de Comércio e Tecnologia UE-EUA (TTC, na sigla em inglês).
Segundo a secretária de Comércio, o TTC tem sido vital para permitir a cooperação que habilitou Estados Unidos e seus aliados a implementar, rápida e efetivamente, os controles de exportação estabelecidos contra a Rússia, além de permitir uma maior coordenação nessa frente nos próximos meses.
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A Rússia iniciou sua operação militar especial na Ucrânia em 24 de fevereiro, com o objetivo de "desmilitarizar e desnazificar" o país vizinho, após as repúblicas populares de Donetsk (RPD) e Lugansk (RPL) pedirem ajuda para se defenderem da intensificação dos ataques ucranianos.
Segundo o Ministério da Defesa russo, somente a infraestrutura militar ucraniana está sendo visada. Moscou já reiterou, por diversas vezes, que não tem planos de ocupar o país.
Em retaliação à operação, os EUA, a União Europeia (UE) e seus aliados iniciaram a aplicação de sanções contra Moscou. Entre as medidas estão restrições econômicas às reservas internacionais russas e a suas exportações de petróleo, gás, aço e ferro.
A escalada de sanções impostas pelo Ocidente transformou a Rússia, de forma disparada, na nação mais sancionada do mundo, segundo a plataforma Castellum.ai, serviço de rastreamento de restrições econômicas no mundo.
No total, estão em vigor 10.920 medidas restritivas contra a Rússia, segundo os cálculos do site. A quantidade é mais que o triplo das 3.637 sanções impostas pelo Ocidente ao Irã. Na sequência, aparecem a Síria (2.614), a Coreia do Norte (2.111), Belarus (1.133), a Venezuela (651) e Mianmar (567).
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