Ciência e sociedade

Cientistas 'acrescentam' mais de 1 milhão de anos a australopitecos após novo estudo

Pesquisadores estudaram os restos mortais de Australopithecus encontrados na África do Sul, que eram considerados como tendo dois milhões de anos.
Sputnik
Os quatro fósseis de australopitecos previamente encontrados nas cavernas de Sterkfontein, África do Sul, são quase um milhão de anos mais antigos do que se pensava até agora, determinou um estudo publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences.
A equipe de cientistas internacional esteve no local, considerado o Berço da Humanidade, onde usou uma técnica de datação desenvolvida por pesquisadores da Universidade de Purdue, Indiana, EUA, para estudar um dos primeiros hominídeos, o Australopithecus.
A idade dos restos encontrados, descobertos em 1997, tem sido objeto de debate na comunidade científica. Usando "espectrometria de massa com aceleradores, mapeamento geológico e uma compreensão íntima de como os sedimentos das cavernas se acumulam", os pesquisadores concluíram que os isótopos radioativos alumínio-26 e berílio-10 dos restos mortais datavam de entre 3,4 milhões e 3,6 milhões de anos, e não os dois milhões de anos propostos nos estudos anteriores.
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A equipe de cientistas também concluiu que os australopitecos são contemporâneos de outras espécies deste gênero, como o Australopithecus afarensis, da África Oriental.
Dominic Stratford, coautor do estudo, crê que a reavaliação da idade tem implicações importantes para o papel da África do Sul na fase evolutiva dos hominídeos.
Como as idades propostas para os fósseis sul-africanos são anteriores ao aparecimento das espécies Paranthropus e Homo sapiens, considera-se que estas espécies podem ter se desenvolvido na África Oriental, onde muitos fósseis de hominídeos têm sido encontrados. No entanto, Stratford observa que as novas datações podem colocar esta teoria em questão.
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