Panorama internacional

China responde EUA após anúncio do G7 sobre plano de US$ 600 bilhões para conter Pequim

Pequim criticou os esforços renovados de Washington para combater conjuntamente a Iniciativa do Cinturão e Rota chinesa, chamando projeto de infraestrutura global apoiado pelo G7 de um "esquema geopolítico para difamar e conter a China".
Sputnik
O presidente dos EUA, Joe Biden, revelou, no domingo (26), detalhes a respeito do plano de infraestrutura global de US$ 600 bilhões (R$ 3,14 trilhões) para conter a influência da economia chinesa no Ocidente.
Denominada de Parceria para Infraestrutura e Investimento Globais (PGII, na sigla em inglês), a estratégia anunciada durante a última cúpula do G7, na Alemanha, pretende combater a iniciativa Um Cinturão, Uma Rota, programa de financiamento de infraestruturas mundial chinês.
Panorama internacional
Biden revela plano de US$ 600 bilhões no G7 para conter a China
Na semana passada, Pequim havia descrito tais iniciativas como uma "abordagem de jogo de soma zero" visando a China. Nesta segunda-feira (27), o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian, dobrou as críticas.
"A China sempre acolhe todas as iniciativas para promover a construção de infraestrutura global. Não achamos que haja esse problema de iniciativas semelhantes substituindo umas às outras", disse Zhao, segundo informações do South China Morning Post.

"Entretanto, nos opomos à promoção de cálculos geopolíticos sob a bandeira da construção de infraestrutura e palavras e ações que tentam difamar e caluniar a Iniciativa do Cinturão e Rota", disse.

Ele também criticou o governo Biden por sua incapacidade de atrair contribuições financeiras suficientes de seus parceiros do G7. "A comunidade internacional quer ver dinheiro real e projetos que realmente beneficiem as pessoas", afirmou o porta-voz.
O entendimento de Pequim é que Washington é o "verdadeiro criador das armadilhas da dívida", pois a "política monetária expansiva, a inovação financeira não regulamentada, as vendas maliciosas e outras ações dos Estados Unidos exacerbaram o fardo da dívida dos países em desenvolvimento".
Zhao Lijian, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, fala durante briefing de imprensa em Pequim, em 10 de março de 2022
Zhao Lijian ainda falou sobre as acusações de trabalho forçado na China, dizendo que a prática é comum nos EUA. Ele observou que Washington repetidamente exagera "a mentira ultrajante sobre o chamado trabalho forçado em Xinjiang".
O porta-voz destacou que os EUA ainda são o epicentro do trabalho forçado, tornando-se um "país escravo moderno".
O alto funcionário do governo chinês disse que pelo menos 500 mil pessoas nos EUA "vivem sob condições de escravidão moderna e trabalho forçado", citando um artigo publicado recentemente pela Universidade de Denver.
"O trabalho forçado é onipresente nos EUA, especialmente nas áreas de limpeza, cultivo agrícola, turismo e serviços de alimentação, com até 100 mil pessoas por ano sendo traficadas do exterior para se envolver em trabalho forçado no país", disse.
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