Panorama internacional

Muitos países europeus estão em 'guerra direta' contra a Rússia, diz presidente da Sérvia

O chefe de Estado sérvio falou sobre a Rússia e a União Europeia, sublinhando que Belgrado deve procurar novas fontes de fornecimento de petróleo devido às restrições contra o hidrocarboneto russo.
Sputnik
Muitos países da União Europeia (UE) estão em "guerra direta" contra a Rússia em relação ao conflito na Ucrânia, afirmou no sábado (25) Aleksandar Vucic, presidente da Sérvia.
"Eles enviam obuseiros, aviões, [sistemas antiaéreos] S-300 para a Ucrânia, e como pensam que vão nos tratar? Nossa posição é extremamente complicada", disse Vucic, citado pela emissora RTRS.
Ele revelou que na cúpula entre os líderes da UE e dos Balcãs Ocidentais nesta semana, 16 dos 27 chefes de Estado da UE instaram Belgrado, "direta ou indiretamente", a aderir às sanções antirrussas. Vucic disse estar ciente do "quão zangados estão muitos" dos líderes europeus com a posição da Sérvia, apesar de a última ter imposto várias sanções antirrussas.
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O presidente da Sérvia admitiu que o país deve procurar alternativas ao petróleo russo porque "duas grandes empresas [na Sérvia] não importam" petróleo bruto, e apenas a Indústria Petrolífera da Sérvia (NIS, na sigla em sérvio), que é na sua maioria propriedade da empresa estatal russa Gazprom, está funcionando, o que significa que alguns produtores não querem cooperar com ela.
"O petróleo só pode vir até nós através do oleoduto do Adriático, já que eles estão começando a nos chantagear também pelo petróleo iraquiano de Kirkuk", lamentou Aleksandar Vucic, citado pelo jornal Blic.
Sobre o gás, o chefe de Estado garantiu que a Sérvia terá 400 milhões de metros cúbicos de gás em reserva até 1º de setembro.
Apesar de tudo, o presidente sérvio garantiu que o país manteria suas aspirações de adesão à UE, dizendo que "deveria haver uma abordagem racional e pragmática da política que levasse em conta os [diferentes] interesses".
"Se não entenderem como a UE é importante e necessária, não posso mudar isso", acrescentou ele, lembrando que há entre 300.000 e 500.000 trabalhadores na Sérvia que dependem direta e indiretamente de empresas estrangeiras, a maioria delas da UE.
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