Nesta quinta-feira (23), o governo alemão lançou a segunda fase de "alarme" de seu plano de emergência – de três níveis – preparado para possíveis interrupções no fornecimento de gás. Ele disse que o país está enfrentando uma crise com o combustível em meio à diminuição dos fluxos da Rússia.
O ministro da Economia, Robert Habeck, descreveu a escassez de gás russo como um "ataque econômico" ao seu país pelo presidente Vladimir Putin.
"Vamos nos defender disso. Mas nosso país vai ter que seguir agora um caminho pedregoso", disse ele.
A introdução de novas medidas de emergência ocorre depois que a Gazprom, na semana passada, diminuiu as entregas de gás natural para a Alemanha em 60%. Enquanto Berlim classificou a decisão da empresa russa como "política", Moscou explicou que a situação é meramente técnica, que "simplesmente não há nada com que bombear", apontando que a Gazprom não conseguiu manter a segurança no fluxo de gás sem uma turbina que havia sido enviada ao Canadá, pela Siemens Energy, para manutenção e ainda não havia sido devolvida. O equipamento ficou preso no país devido a sanções econômicas que Ottawa impôs à Rússia.
O governo canadense disse que está explorando maneiras de resolver o problema. "A intenção das sanções nunca foi causar dor significativa à Alemanha, que é um de nossos amigos e aliados mais próximos", disse o ministro canadense de Recursos Naturais, Jonathan Wilkinson, à Bloomberg.
O regulador alemão de redes de distribuição de gás, Bundesnetzagentur, disse que vai trabalhar para reduzir o consumo de gás pelos fabricantes em resposta à emergência iminente. O país está preocupado em economizar o suficiente para o período de inverno, disse a autoridade reguladora.
No momento, as instalações de armazenamento de gás alemãs estão em 58% de sua capacidade, por essa razão, Berlim está na fase de "alarme", segundo seu plano emergencial. Apesar de o índice de armazenamento ser mais alto do que era no mesmo período do ano passado, a Alemanha quer atingir 90% da capacidade até dezembro para garantir a segurança energética do país.
Se a terceira fase do plano de emergência de gás for acionada, a Alemanha deve iniciar o racionamento de gás.