Panorama internacional

Relatório do Pentágono revela planos para naves estelares de assalto com contribuição de Musk

Militares dos EUA querem usar as naves espaciais de Elon Musk para implantar uma "força de reação rápida".
Sputnik
De acordo com um relatório do Pentágono obtido pelo portal The Intercept, o Departamento de Defesa dos EUA tem interesse em utilizar as naves do empresário Elon Musk em missões militares.
O documento fornece três exemplos de potenciais futuros usos das tecnologias e das naves Starship do bilionário, como o desembarque de uma força de resgate em uma embaixada dos EUA na África ameaçada por um cerco.
A publicação refere-se ao acordo cooperativo, assinado em 2020, entre a SpaceX e o Comando de Transporte dos EUA (TRANSCOM, na sigla em inglês), embora continue sendo uma lista de desejos, pois as naves estão longe de estarem prontas para operações reais.
O acordo entre a TRANSCOM e a SpaceX é notoriamente conhecido. Oficialmente, a Defesa norte-americana pretende garantir que as Forças Aéreas dos EUA alcancem infraestrutura suficiente para enviar satélites ao espaço sem a ajuda dos foguetes russos.
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O que o novo documento revela é que, segundo as ambições do Pentágono, há outros planos da Defesa dos EUA por trás do acordo.
Há interesse, por exemplo, em uma frota de naves militares que poderia fornecer "um método alternativo para entrega logística" no Pacífico, ou entregar "uma coleção de armas e veículos, equipamentos de construção" em qualquer lugar do globo em curto prazo.
Em outro cenário imaginado, intitulado "Apoio à Embaixada", prevê "capacidade de entrega direta e rápida dos EUA caso haja uma embaixada na África envolvendo uma situação de "força de reação rápida".
A mera demonstração de tal habilidade "poderia dissuadir atores não estatais de atos agressivos contra os EUA", disseram os militares.
Embora o relatório em si não faça tal comparação, o cenário lembra o ataque ao complexo dos EUA em Benghazi, na Líbia, em 2012. Na ocasião, um embaixador e três seguranças foram mortos enquanto esperavam por uma força de resgate que nunca veio.
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Embora a SpaceX não tenha comentado a história, o porta-voz da TRANSCOM, John Ross, disse ao Intercept que os militares acreditam que uma força de reação rápida lançada por foguete seria "possível nos próximos cinco a dez anos".
A nave, vale lembrar, ainda está em fase experimental. Todos os seus quatro testes de alta altitude resultaram na explosão dramática da nave, embora um teste de maio de 2021 tenha aterrissado com segurança.
Especialistas ouvidos pelo portal The Intercept ainda apontaram outros problemas. Kaitlyn Johnson, vice-diretora do projeto de segurança aeroespacial do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, apontou que existe a questão de "onde pousar um enorme foguete Starship", o maior do mundo.
"Se estiver em uma cidade, não é como se eles pudessem pousar [uma] nave estelar ao lado da embaixada", pontuou.
O documento também aponta para outro problema em potencial: outros países vão deixar os foguetes militares da SpaceX saírem do espaço e entrarem em seu território?
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