Panorama internacional

Taiwan tem potencial para 'atacar Pequim' com mísseis de cruzeiro, diz legislador taiwanês

No final da semana passada, Pequim deixou claro que, se alguém "se atrever a separar Taiwan da China, o Exército chinês definitivamente não vai hesitar em iniciar uma guerra, não importa o custo".
Sputnik
O presidente da Assembleia Legislativa de Taiwan, You Si Kun, alertou que seu país não pensaria duas vezes em usar mísseis de cruzeiro supersônicos contra a China caso Pequim tentasse invadir a ilha.
Em entrevista à imprensa taiwanesa, You afirmou que os mísseis Yung Fend "já podem atingir" a capital chinesa, e que Taiwan "tem a capacidade de atacar Pequim".
A variante mais recente do míssil supostamente tem um alcance estendido de 1.900 km, o que significa que teoricamente poderia atingir Pequim, localizada a cerca de 1.800 km de Taiwan. O presidente da Assembleia Legislativa também invocou a operação militar especial da Rússia na Ucrânia, prometendo resistência feroz.
"O [Partido Comunista da China] deve atravessar o estreito de Taiwan para atacar Taiwan, o que é diferente do ataque da Rússia à Ucrânia. Se você quiser pousar, você vai lutar na cabeça de praia. Se o pouso for bem-sucedido, todos em Taiwan devem estar tão determinados a morrer quanto [na] Ucrânia. Saia e nunca deixe a China engolir Taiwan", afirmou.
As palavras de You vêm depois que Washington apoiou a afirmação de Taipé de que o estreito de Taiwan, que separa a ilha da China, "é uma hidrovia internacional".
Panorama internacional
Após avisos da China, EUA chamam estreito de Taiwan de 'hidrovia internacional'
Falando à Reuters na terça-feira (14), o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Ned Price, argumentou que "o estreito de Taiwan é uma hidrovia internacional, o que significa que o estreito de Taiwan é uma área onde as liberdades do alto mar, incluindo a liberdade de navegação e sobrevoo, são garantidas pela lei internacional".
Price reiterou as preocupações de Washington com a "retórica agressiva e a atividade coercitiva de Pequim em relação a Taiwan", prometendo que os EUA "continuariam voando, navegando e operando onde a lei internacional permitisse, e isso inclui o trânsito pelo estreito de Taiwan".
As afirmações de Price vieram em resposta ao Ministério das Relações Exteriores da China que argumentou, na segunda-feira (13), ter direitos soberanos e administrativos sobre o estreito de Taiwan.
O porta-voz de Pequim, Wang Wenbin, insistiu que o estreito está dentro das águas territoriais da China e da zona econômica exclusiva, conforme definido pela Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (UNCLOS, na sigla em inglês) e pela legislação doméstica.
"A China goza de direitos soberanos e jurisdição sobre o estreito de Taiwan, respeitando os direitos legítimos de outros países nas áreas marítimas relevantes", destacou Wang.
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