Panorama internacional

Biden acusa petrolíferas de obterem lucro em 'tempos de guerra' e culpa Putin pela crise americana

Além disso, o presidente norte-americano culpou indiretamente seu antecessor, o presidente Donald Trump, pelo aumento dos preços da gasolina.
Sputnik
Na última terça-feira (14), o presidente dos EUA, Joe Biden, acusou as companhias de petróleo de não fazerem o suficiente para compensar o aumento dos preços da gasolina enquanto suas margens de lucro são historicamente altas.

"Em tempos de guerra, as margens de lucro bem acima do normal das refinarias, que são repassadas diretamente às famílias americanas, não são aceitáveis", escreveu Biden em carta ao CEO da Exxon Mobil, Darren Woods. "Suas empresas devem trabalhar com minha administração para encontrar soluções concretas de curto prazo que abordem a crise e respeitem as ações críticas dos trabalhadores da energia e das comunidades próximas", disse ele. "As empresas devem tomar medidas imediatas para aumentar a oferta de gasolina, diesel e outros produtos refinados", acrescentou.

Por outro lado, a carta apresenta várias referências ao presidente da Rússia, Vladimir Putin. Em um dos pontos, o presidente acusou "a guerra de agressão de Vladimir Putin" e o "esforço global para combatê-la" de ter "interrompido o fornecimento mundial de petróleo" e "aumentado" seu preço.
"Não há dúvida de que Vladimir Putin é o principal responsável pela intensa dor financeira que o povo americano e suas famílias estão enfrentando", disse ele. "O aumento de preços de Vladimir Putin está elevando os custos para os consumidores", afirmou.
Panorama internacional
Biden anuncia mais US$ 1 bilhão em ajuda militar dos EUA à Ucrânia
No entanto, o líder norte-americano também culpou indiretamente o presidente anterior, Donald Trump, pelo aumento dos preços da gasolina.
"No ano anterior à minha posse, as refinarias dos EUA reduziram sua capacidade em mais de 800.000 barris por dia, deixando as refinarias dos EUA no nível mais baixo de capacidade em mais de meia década", pontuou. "Entendo que muitos fatores contribuíram para as decisões comerciais de redução da capacidade da refinaria, que ocorreram antes de sua posse", lembrou.
O presidente dos EUA enviou cartas semelhantes aos chefes da Chevron, Shell, Phillips 66, BP, Marathon e Valero, segundo o New York Post.
O Instituto Americano de Petróleo criticou Biden e afirmou que "a agenda política equivocada do governo, que se afasta do petróleo e do gás natural nacionais, agravou as pressões inflacionárias e os ventos contrários aos esforços diários das empresas para atender às crescentes necessidades de energia enquanto reduzem as emissões".
Panorama internacional
EUA liberam mais 45 milhões de barris de petróleo de sua reserva estratégica para reduzir preços

'Já chamam a inflação pelo meu nome'

Na semana passada, Putin já havia comentado as acusações de seu homólogo americano. "Eles já chamam a inflação pelo meu nome, mas não temos absolutamente nada a ver com isso!", disse o presidente russo.

Além disso, ele destacou que o Ocidente está atirando em si mesmo por causa das sanções impostas à Rússia, que afetam diretamente os custos. "Eles estão tentando, condicionalmente, limitar a exportação de nossos fertilizantes; os preços subiram. Eles estão tentando limitar [a venda de] nossos recursos energéticos; os preços dispararam novamente", explicou.
Nessa linha, Putin afirmou anteriormente que "por razões absolutamente políticas, por suas próprias ambições e sob pressão do chefe americano, os países europeus estão impondo cada vez mais novas sanções aos mercados de petróleo e gás. Tudo isso leva à inflação, e em vez de admitir seus erros, eles estão procurando culpados em outro lugar".
Enquanto isso, o preço do combustível nos EUA ultrapassou US$ 1,32 (cerca de R$ 6,67) por litro pela primeira vez na semana passada em meio à crescente inflação.
Comentar