Taiwan e EUA discutem armas e estratégias para defesa da ilha contra Pequim

Negociações acontecem após duras declarações de Pequim que vai rechaçar qualquer esforço para tornar Taiwan independente.
Sputnik
De acordo com o South China Morning Post (SCMP), Taiwan e EUA devem iniciar suas conversas anuais de segurança ainda esta semana, delineando o melhor armamento e estratégias de defesa à medida que as tensões aumentam no estreito de Taiwan.
Iniciadas nesta quarta-feira (15) em Washington, as negociações ocorrem depois que o ministro da Defesa chinês, general Wei Fenghe, alertou, no domingo (12), que qualquer tentativa de separar a ilha do continente desencadearia uma ação militar das forças de Pequim.
"Taiwan e os EUA têm muitos mecanismos de diálogo bilateral que permitem que os dois lados tenham uma comunicação regular e próxima. Quanto aos detalhes dos diálogos, o Ministério das Relações Exteriores não faria nenhum comentário com base em nosso entendimento tácito e práticas anteriores", disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores taiwanês, Joanne Ou.
Segundo a porta-voz ministerial, os dois lados devem aprofundar ainda mais sua parceria e cooperação.
Para a mídia local Taipei News, Washington vai se concentrar na atualização dos equipamentos já existentes, em vez de fornecer novas armas à ilha, ajudando a "melhorar as capacidades imediatas de combate como resposta às incertezas na situação através do estreito", disse o jornal citando um alto funcionário de segurança nacional não identificado.
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A estratégia atual parece diferente da gestão Trump, cujas vendas de armas a Taiwan se concentraram em novos equipamentos, afirmou a fonte.
Dentro dos tópicos de negociação está a cooperação com o corpo de fuzileiros navais da ilha, já que o Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA ajustou sua estratégia para atuar como "forças de emergência" para uma rápida implantação na primeira cadeia de ilhas.
O pesquisador sênior da Fundação Nacional de Políticas Chieh Chung disse ao SCMP que dos quatro acordos de armas aprovados pelo presidente dos EUA, desde que ele assumiu o cargo em janeiro do ano passado, três são relacionados a componentes militares e peças de reposição, bem como suporte técnico e logístico para manter as operações normais dos sistemas de defesa de Taiwan.
"O único acordo que poderia reforçar nossa defesa incluía 40 obuseiros autopropulsados Paladin M109A6, mas o governo Biden adiou o acordo indefinidamente", disse Chieh.
Para o analista, a postura adotada pelo governo Biden parece ser a mesma que a de Trump, mas priorizando componentes e suporte logístico em seus termos, em vez da venda de armas.
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