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Justiça manda ampliar buscas para resgatar jornalista e indigenista desaparecidos na Amazônia

A Justiça Federal determinou a ampliação da equipe e do aparato de buscas pelo jornalista britânico Dom Phillips e pelo indigenista Bruno Araújo Pereira, que estão desaparecidos na Amazônia desde domingo (5). Segundo a mídia, um suspeito de envolvimento no sumiço dos dois foi preso, mas alegou inocência aos policiais militares do Amazonas.
Sputnik

Na decisão, à qual a Sputnik Brasil teve acesso, a magistrada federal Jaiza Maria Pinto Fraxe determina o "uso de helicópteros, embarcações e equipes de buscas, seja da Polícia Federal, seja das Forças de Segurança ou das Forças Armadas (Comando Militar da Amazônia), tendentes a localizar as pessoas Bruno Pereira (cidadão brasileiro) e Dom Phillips (cidadão inglês)".

Em entrevista concedida à rádio CBN na manhã de hoje (8), Leonardo Lenin Santos, indigenista do Observatório dos Direitos Humanos dos Povos Indígenas Isolados e de Recente Contato, criticou a atuação das autoridades nos trabalhos de busca. Ainda de acordo com a rádio, ele definiu a força-tarefa das Forças Armadas como uma "mentira".
O indigenista brasileiro Bruno Araújo Pereira, da Funai, em março de 2019

"Somente ontem o contingente de 11 pessoas do Exército chegou na região. Uma aeronave que está sendo solicitada desde segunda-feira (6), que inclusive representantes do governo falaram que estão sendo usadas nas buscas, nunca chegou. O efetivo da Marinha até ontem era de cinco a sete pessoas. O contingente da Polícia Federal era de duas pessoas", declarou Lenin.

Em meio a intensas críticas sobre a omissão no resgate e com a repercussão internacional do caso, a Polícia Federal marcou uma entrevista coletiva para as 17h de hoje (8) a fim de "prestar excepcional esclarecimento acerca das investigações relacionadas ao desaparecimento do indigenista Bruno Araújo Pereira, da Fundação Nacional do Índio (Funai), e do jornalista inglês Dom Phillips, colaborador do jornal The Guardian".
No começo da manhã desta quarta-feira (8), o jornal O Globo divulgou que a Polícia Militar do Amazonas, que participa das buscas por Pereira e Phillips, havia prendido um suspeito de envolvimento nos desaparecimentos de ambos.
Amarildo da Costa de Oliveira, que usa a alcunha de Pelado, negou envolvimento no episódio.
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Até a noite de ontem, a Polícia Civil amazonense, que instaurou um inquérito para apurar o desaparecimento dos dois, teria ouvido sete pessoas, segundo informou o portal G1.
Dom Phillips e Bruno Pereira desapareceram no último domingo (5), após uma incursão pelo Vale do Javari, na Amazônia, região que concentra o maior número de aldeias e tribos de indígenas isolados, ou seja, que pouco ou jamais tiveram contato com a sociedade em geral.
Pereira, que liderou a sede da Funai na região durante nove anos, era exímio conhecedor dos rios e localidades do vale.
As circunstâncias do desaparecimento ainda não foram totalmente esclarecidas pelas autoridades.
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