Panorama internacional

Ex-alto responsável dos EUA: vitória militar da Ucrânia 'não está nas cartas', ela deve negociar

Um membro da ex-administração de Ronald Reagan nos EUA (1981-1989) não acredita na viabilidade de uma vitória ucraniana e sugere que os territórios da Crimeia e Donbass sejam reconhecidos como pertencendo à Rússia.
Sputnik
Uma vitória da Ucrânia sobre a Rússia no campo de batalha "não está nas cartas", o "único objetivo realista" seria "um resultado negociado", defendeu Hugh De Santis, que dirigiu o controle de armas durante a administração de Ronald Reagan, presidente dos EUA (1981-1989).
Escrevendo no sábado (4) na revista The National Interest, ele crê que a recuperação dos territórios ucranianos, incluindo da Crimeia, que reintegrou a Rússia em 2014, "seria uma punição condigna" pela operação especial do país na Ucrânia.
Ao mesmo tempo, advertiu, "valeria a pena o custo de mais carnificina na Ucrânia, a possibilidade de uma guerra mais ampla na qual armas químicas ou nucleares táticas poderiam ser usadas, mais perturbações da economia mundial e nova polarização europeia?"
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O autor do artigo citou os já existentes custos econômicos, sociais e militares, como a alta dos preços energéticos, inflação e taxas de juro e rupturas de cadeias de abastecimento, que previnem a exportação de trigo a países em desenvolvimento. Somados ao atual conflito, uma Europa "pacífica e estável" seria impossível.
"Depois de vir à defesa da Ucrânia, os EUA e seus aliados devem persuadir Kiev a pôr fim a esta guerra, inclusive impondo limites à ajuda militar como alavanca", recomendou o ex-responsável.
De Santis sugeriu que o presidente ucraniano Vladimir Zelensky e seus parceiros no Leste da Europa e nos Estados Bálticos "aceitem" que a Ucrânia seja um Estado neutro, conceder à Rússia os territórios na região de Donbass e reconhecer a soberania russa na Crimeia. Se Kiev tentasse recuperar esses territórios, enfrentaria "tensão contínua no futuro".
Zelensky disse na segunda-feira (6) que os políticos ocidentais e a mídia estão começando a pressionar seu país para acabar o conflito armado com a Rússia, com um resultado prejudicial para a Ucrânia.
"Todos querem muito nos pressionar um pouco para um resultado qualquer, que não é nada desejável para nós", resumiu.
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