Panorama internacional

União Europeia deveria se tornar uma grande força militar, diz Borrell

No início deste mês, Josep Borrell argumentou que Bruxelas gostaria de "enfraquecer a máquina de guerra russa" na Ucrânia, mas não quer um confronto direto com Moscou.
Sputnik
O chefe da política externa da União Europeia (UE), Josep Borrell, pediu que o bloco seja transformado em uma grande força militar.
"O que aprendemos com o conflito na Ucrânia é que o comércio, o Estado de direito e uma sociedade civil forte não são suficientes. A UE também deveria ser uma força militar séria", disse Borrell a repórteres nesta terça-feira (31).
A autoridade pediu aos países da UE que sigam o exemplo dos membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e aumentem seus gastos com defesa.
"A defesa é uma competência nacional. Devemos fazer mais. Devemos aumentar nossos orçamentos militares de maneira coordenada. E, claro, não será fácil", destacou o chefe da política externa da UE.
No início de maio, Borrell disse que a UE ficou sem equipamento militar para ajudar a Ucrânia e pediu aos Estados-membros que reforcem suas capacidades de defesa.
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Em seguida, ele deixou claro que a união está tentando evitar um confronto direto com Moscou, mesmo que o bloco queira "enfraquecer a máquina de guerra russa".

"Estamos dizendo que não estamos participando do conflito [na Ucrânia], mas estamos tomando partido. Queremos enfraquecer a máquina de guerra russa. Queremos enfraquecer a capacidade de [Vladimir] Putin e seu regime de atacar infundadamente um país soberano. Queremos ajudar a Ucrânia a se defender. Mas não queremos entrar em guerra com a Rússia", disse ele ao jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung.

Borrell enfatizou que a UE deve "fazer mais" para enfraquecer a "máquina de guerra russa", inclusive fornecendo mais armas à Ucrânia, enfraquecendo a economia russa e "isolando" Moscou internacionalmente.
No mês passado, o presidente russo, Vladimir Putin, destacou que a política de tentar "conter e enfraquecer" a Rússia era uma estratégia de longo prazo perseguida pelo Ocidente. Em 26 de abril, falando ao chefe da ONU, António Guterres, o presidente russo enfatizou que Moscou não perdeu a esperança de chegar a uma solução diplomática para a crise na Ucrânia, apesar dos esforços de Kiev para sabotar a negociação.
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