Panorama internacional

Parlamentares britânicos denunciam as 'graves falhas' na evacuação do Afeganistão

Milhares de afegãos que ajudaram as forças britânicas por mais de duas décadas no país foram deixados para trás depois que o Talibã (organização sob sanções da ONU) assumiu o poder em agosto passado, diz um relatório apresentado por parlamentares do Reino Unido.
Sputnik
O comitê de parlamentares (de diferentes partidos) formado para investigar a retirada do Reino Unido do Afeganistão apresentou nesta segunda-feira (23) o seu parecer ao Parlamento do país.
O grupo criticou fortemente a forma como a evacuação foi realizada, denunciando que milhares de afegãos foram abandonados pelas forças do Reino Unido.
"As graves falhas sistêmicas na evacuação do Afeganistão pelo Ministério das Relações Exteriores reduziram a posição global do Reino Unido", afirma o relatório do grupo de parlamentares, segundo informações da Sky News.
O documento sustenta que aliados afegãos e soldados britânicos ficaram "totalmente decepcionados por profundas falhas de liderança" no governo durante a evacuação de tradutores afegãos e outros que trabalharam ao lado de tropas britânicas por mais de 20 anos.
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Tom Tugendhat, presidente do comitê, disse que essas falhas tiveram "implicações enormes" para o Reino Unido, reduzindo posição global do país.
O comitê pediu que o chefe do Ministério das Relações Exteriores, Sir Philip Barton, renuncie devido às falhas de liderança que levaram os afegãos que eram alvos do Talibã a serem deixados para trás durante a Operação Pitting.
Tugendhat disse que havia "falta de seriedade na obtenção de coordenação, falta de tomada de decisão clara, falta de liderança e falta de responsabilidade".
O veterano do Exército, que passou quatro anos no Afeganistão, mencionou também o custo humano e pessoal dessas decisões.
"O custo diplomático é que as pessoas ao redor do mundo por um tempo pensaram que não estávamos falando sério, pensaram que os valores britânicos e os aliados britânicos não importavam. E que o que lutamos e o que defendemos não era real", disse.
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