Panorama internacional

MRE russo: OTAN defende resolução rápida do conflito na Ucrânia, mas faz tudo para ela não acontecer

A chancelaria russa criticou o que disse ser uma postura de duas caras da OTAN sobre o conflito na Ucrânia, referindo-se ao fornecimento de armas a Kiev.
Sputnik
A OTAN afirma ser a favor de uma resolução rápida das hostilidades na Ucrânia, apesar de fazer o oposto, disse na sexta-feira (6) Aleksei Zaitsev, vice-diretor do Departamento de Informação e Imprensa do Ministério das Relações Exteriores da Rússia.
"A política de duas caras dos países da OTAN e da UE, que seguem defendendo em palavras um rápido fim das hostilidades [na Ucrânia], continua causando indignação, pois eles fazem tudo para não permitir isso", declarou o diplomata.
"As entregas de armas à Ucrânia estão aumentando e contabilizando bilhões de dólares", acrescentou Zaitsev.
Por causa disso, sublinhou, as negociações russo-ucranianas estão estagnadas.
"À luz disso, entende-se a falta de interesse de Kiev e de seus mentores ocidentais em procurar um acordo de paz. As negociações russo-ucranianas estão em status de estagnação", comentou.
Apesar de tudo, indicou Aleksei Zaitsev, a Rússia está pronta para qualquer cenário de desenvolvimento dos eventos na Ucrânia.
"Temos sido repetidamente convencidos de que podemos esperar todo o tipo de provocações tanto dos colegas ocidentais como do lado de Kiev [...]. Somos obrigados a nos preparar para qualquer cenário de desenvolvimento dos eventos na área midiática e diretamente no terreno", afirmou Zaitsev.
Ele negou ainda as acusações ocidentais de que a operação militar especial russa na Ucrânia foi a causa principal da crise alimentar no mundo, apontando os "erros de cálculo e os erros sistêmicos acumulados nas políticas macroeconômicas, financeiras, comerciais e energéticas".
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"Só não está claro por que eles estão tentando transferir toda a responsabilidade pelas consequências desta crise apenas para a Rússia. Nosso país continua sendo um membro responsável do mercado mundial em todas as circunstâncias. Pretendemos continuar cumprindo de boa-fé as nossas obrigações de contratos internacionais em termos de fornecimento de bens agrícolas e fertilizantes."
Além disso, o representante russo rejeitou as "insinuações" de que Moscou poderia usar armas nucleares na sua operação militar especial, que chamou de "mentira deliberada", e que a Rússia está firmemente comprometida com o princípio de que "em uma guerra nuclear não pode haver vencedores, e [ela] não deve ser desatada".
"No ano passado foi justamente a Rússia que conseguiu convencer os EUA, e a seguir todo o grupo dos cinco países nucleares, a se comprometerem novamente com este princípio", lembrou Zaitsev.
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