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Exército francês tenta encobrir valas comuns no Mali, diz membro do Conselho Nacional de Transição

O Exército francês está tentando esconder as valas comuns pelas quais é responsável no Mali, disse à Sputnik Abubakar Sidiki Fomba, membro do Conselho Nacional de Transição (CNT) do país.
Sputnik

"O Exército francês mente, fabrica fatos. Se existem valas comuns, eles são os responsáveis", afirmou Fomba, nesta quinta-feira (5).

O membro do CNT ressaltou ainda que as autoridades malianas iniciaram uma investigação para procurar possíveis resíduos nucleares.
No fim de abril, surgiram suspeitas sobre crimes de guerra do contingente militar francês no Mali, em particular na base recém-abandonada na cidade de Gossi.
Após assumir o local, o Exército maliano informou que seus soldados descobriram uma vala comum e que o "estado putrefato dos corpos mostra que os assassinatos ocorreram muito antes".
Soldados franceses da operação Barkhane, chegando de Gao, no Mali, desembarcam de um avião de carga C130 da Força Aérea dos EUA em Niamey, base do Níger, antes de serem transferidos de volta para suas bases na França, 9 de junho de 2021.
Em fevereiro, a França, o Canadá e seus aliados na Força-Tarefa Takuba anunciaram a retirada de suas tropas do Mali, após nove anos de ocupação, devido a "desacordos com as autoridades de transição do país". Segundo o presidente francês, Emmanuel Macron, a retirada levará de quatro a seis meses.
O governo do Mali afirmou que a ação deverá ocorrer "sem demora" e sob o controle das autoridades malianas.
Na semana passada, em 28 de abril, autoridades do Mali acusaram o Exército francês de espionagem e frequente violação do espaço aéreo do país.
Malianos protestam contra a França e a favor da Rússia no 60º aniversário da independência da República do Mali, na capital do país, Bamaco, em 22 de setembro de 2020.
Além disso, em fevereiro, o governo maliano disse que as ações de Paris tornaram mais fácil a atividade terrorista no país africano.

"Os militares da França dividiram deliberadamente o Mali e realizaram espionagem durante sua luta contra militantes islamistas", declarou, na ocasião, Choguel Maiga, primeiro-ministro interino do país africano, citado pela Reuters.

Segundo ele, a chegada das tropas francesas em 2013 não só dividiu o país como permitiu que jihadistas ligados à Al-Qaeda (organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países) se reagrupassem e continuassem realizando ataques.
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