Panorama internacional

Sanções antirrussas impostas pelo Ocidente destroem ordem mundial existente, escreve jornal

Sanções ocidentais destinadas a isolar a Rússia derrubaram a ordem mundial existente baseada na cooperação multilateral, escreveu cientista político José Garson no jornal francês Le Figaro.
Sputnik
A crise ucraniana tem encoberto no Ocidente quaisquer pensamentos sobre a mudança da ordem mundial, mas no futuro será necessário pensar em como organizar o mundo de uma nova maneira, observa o autor.
Ele salientou que as sanções antirrussas desferiram um golpe quase fatal na cooperação multilateral e, segundo o cientista político, o propósito destas medidas é expulsar a Rússia do sistema internacional com a destruição final do consenso existente.
Garson acrescentou que a frágil ordem mundial é baseada no direito de todos os países estarem à mesa das negociações, e ao expulsar a Rússia de uma série de organizações internacionais importantes, tais como Organização Mundial do Comércio (OMS), Conselho da Europa e Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, o Ocidente descartou esse princípio.
"Permitimos agora que uma Rússia livre crie seu próprio campo – separado do nosso", explicou ele.
Cientista político ressaltou que o "campo" russo será mais forte do que o ocidental graças à participação da China e de outros países. Desta forma, as sanções irão derrubar o mercado multilateral sem causar danos significativos a Moscou.
De acordo com Garson, os EUA, conscientes do poder dos principais concorrentes geopolíticos, decidiram testar uma estratégia de contenção baseada na criação de conflitos com envolvimento desses países: a crise ucraniana no caso da Rússia e o conflito com Taiwan no caso da China.
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A situação na Ucrânia confirma que Washington tem benefício em abandonar a cooperação internacional em favor da política anterior.
"Amanhã, se eles quiserem chegar a um consenso, os EUA e a Rússia terão que negociar uma nova organização do mundo", afirma cientista político.
A pressão das sanções antirrussas já se transformou em problemas econômicos para os EUA e a Europa, provocando um sério aumento dos preços dos combustíveis e de vários tipos de produtos.
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