Panorama internacional

Transnístria confirma disparos do lado da Ucrânia no vilarejo de Kolbasna, não há dados de vítimas

O Ministério do Interior da não reconhecida República Moldava de Transnístria comunicou disparos feitos da Ucrânia em direção ao vilarejo de Kolbasna.
Sputnik
Foram feitos disparos da Ucrânia no sentido do vilarejo de Kolbasna, na não reconhecida República Moldava de Transnístria, confirmou na quarta-feira (27) o Ministério do Interior local.

"Na manhã de 27 de abril, às 08h45 [horário local, 02h45, no horário de Brasília], foram feitos disparos da Ucrânia no vilarejo transnístrio de Kolbasna. Até agora não houve dados de vítimas", escreveu no Telegram o serviço de imprensa do Ministério do Interior da república não reconhecida.

Oleg Belyakov, codiretor da Comissão de Controle Conjunto (OKK – na sigla em russo, órgão administrativo coletivo da operação de manutenção da paz na Transnístria), também disse que aconteceram disparos vindos da Ucrânia.
"Aconteceram alguns disparos individuais do lado ucraniano. Isso não nos diz respeito", comentou ele à Sputnik.

Possível alvo dos ataques

A região tem enfrentado tensões crescentes em meio à operação especial militar liderada pela Rússia na Ucrânia.
O depósito de munições em Kolbasna, localizado perto da fronteira com a Ucrânia, é um dos maiores da Europa. Na Transnístria há um grupo de tropas russas sucessor do 14º Exército soviético, que foi transferido para a jurisdição russa após o colapso da URSS. Os principais objetivos incluem a manutenção da paz e a proteção dos depósitos de munição.
Na terça-feira (26), o Ministério do Interior da não reconhecida República Moldava de Transnístria já relatou explosões na localidade de Mayak que destruíram as duas mais poderosas antenas que retransmitiam as estações de rádio russas. Antes disso, na segunda-feira (25), outra série de explosões sacudiu o prédio do Ministério da Segurança da república não reconhecida, em Tiraspol.
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Explosões na Transnístria danificam antenas que retransmitiam estações de rádio russas (FOTOS)
Durante uma visita à Transnístria em 2019, Sergei Shoigu, ministro da Defesa da Rússia, sugeriu destruir ou retirar as munições, mas as diferentes partes ainda não elaboraram um plano conjunto para isso.

Região de Transnístria

Situada na margem direita do rio Dniester, entre a Moldávia, a oeste, e a Ucrânia, a leste, a Transnístria é independente de fato de Chisinau desde 1992, quando forças de paz russas foram enviadas à região para interromper os combates entre as forças moldavas e as pró-independência locais. A região tentava obter independência da República Soviética da Moldávia ainda antes da última sair da União Soviética, em meio a temores de que a Moldávia se juntaria à Romênia no rescaldo desses eventos.
A Transnístria não é reconhecida por nenhum membro das Nações Unidas, mas é reconhecida pela Abkházia e pela Ossétia do Sul, repúblicas independentistas do Cáucaso que gozam de reconhecimento limitado de países como Rússia, Nauru, Nicarágua, Síria e Venezuela.
A Transnístria é o lar de cerca de 475.000 pessoas, com moldavos étnicos (33%), russos (34%) e ucranianos (26,7%) e outros grupos, incluindo búlgaros, gagaúzes, belarussos, alemães e judeus.
Na época em que proclamou sua independência, em 1990, apesar de representar apenas 12% da área terrestre da República da Moldávia, a região representava 40% de sua indústria e 90% de sua produção de eletricidade. Hoje, a Transnístria e a Moldávia estão entre os países mais pobres da Europa.
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