Panorama internacional

Planos de transformar formato Quad em 'OTAN asiática' nunca vão se concretizar, diz MRE russo

Os planos de tornar o formato Quad (que inclui a Índia, Austrália, Japão e os EUA) em uma "OTAN asiática" vão fracassar, inclusive porque os países da Ásia não querem ser envolvidos na confrontação entre Pequim e Washington, disse em entrevista à Sputnik o vice-chanceler russo, Igor Morgulov.
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"Estou convencido de que os projetos daqueles 'engenheiros políticos' que gostariam de vê-lo como um protótipo de uma OTAN asiática baseada na solidariedade do Indo-Pacifico, semelhante à aliança euro-atlântica, não estão destinados a se tornar realidade", opinou.
Uma das razões é a heterogeneidade dos integrantes do Quad, ressaltou o vice-ministro.

"Os EUA, a Austrália e o Japão continuam de forma especulativa posicionando a Índia ao lado deles, mas, como diz a sabedoria oriental, 'eles dormem na mesma almofada, mas veem sonhos diferentes'. Moscou, que tem uma relação estreita e comprovada de parceria estratégica privilegiada com Nova Deli, está bem ciente da política externa independente da Índia e da inaceitabilidade de a Índia participar de alianças político-militares fechadas, quanto mais de natureza antirrussa", explicou Igor Morgulov.

"Outro fator é a aversão da grande maioria dos países da Ásia à perspectiva de trazer para a sua porta o potencial de conflito inerente às alianças em bloco. Nenhum Estado responsável na região está disposto a ser arrastado para o confronto em que os EUA e seus aliados estão dispostos a entrar para conter a China em rápido desenvolvimento", resumiu o vice-ministro.
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"A China está sob uma séria pressão externa, muitas vezes de forma bastante descarada, e aqueles que a aplicam parecem esquecer que estão falando com uma das grandes potências do mundo moderno. Crescem as tentativas de causar divisões nas relações russo-chinesas, acompanhadas de desinformação em larga escala na mídia", disse Morgulov.
Mesmo assim, o diplomata constatou que "nossa parceria estratégica está passando o teste de resistência com distinção".
Moscou e Pequim construíram toda a infraestrutura que permite passar para o comércio em moedas nacionais, a cota-parte destas moedas nas transações tem crescido nos últimos anos, disse o vice-chanceler russo.

"No que diz respeito às transações mútuas, os eventos recentes demonstraram claramente que as moedas nacionais são a forma mais confiável e segura de pagamento", afirmou.

Segundo seus dados, a cota-parte do rublo e do yuan no comércio russo-chinês na primeira metade do ano passado foi cerca de 25%: "Estou certo de que, em um futuro próximo, testemunharemos um crescimento ainda mais rápido", ressaltou o vice-ministro.
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