Panorama internacional

Japão explica por que não vai abandonar energia russa apesar de aderir às sanções ocidentais

Integrante de projetos conjuntos de petróleo e gás com a Rússia, Tóquio acredita que prejudicaria as sanções ocidentais caso abrisse mão de participar da iniciativa, disse o ministro da Economia, Comércio e Indústria.
Sputnik
Nesta sexta-feira (22), o ministro da Economia, Comércio e Indústria do Japão, Koichi Hagiuda, alertou que desistir dos projetos de energia de Sacalina, no Extremo Oriente da Rússia, prejudicaria as sanções ocidentais e beneficiaria Moscou.
"Estamos preocupados que, se o Japão se retirar do projeto e as concessões forem adquiridas pela Rússia ou por um terceiro país, isso possa aumentar ainda mais os preços dos recursos e beneficiar a Rússia, o que não resultaria em sanções efetivas", disse o ministro Hagiuda em entrevista coletiva.
Os projetos Sakhalin-1 e Sakhalin-2 são dois dos maiores projetos integrados de petróleo e gás natural liquefeito (GNL) do mundo, localizados na costa da ilha de Sacalina, no Extremo Oriente da Rússia e que compreendem instalações onshore e offshore. O Sakhalin-2 é operado por uma joint venture entre a russa Gazprom (50%), a Shell, com sede no Reino Unido (27,5%), e as japonesas Mitsui (12,5%) e Mitsubishi (10%).
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Na quinta-feira (21), a mídia britânica noticiou que a Shell está conversando com empresas petrolíferas estatais chinesas para vender sua participação no projeto Sakhalin-2, em meio a sanções ocidentais contra Moscou.
Várias empresas multinacionais de energia, incluindo ExxonMobile, BP e Total, desistiram de projetos na Rússia desde fevereiro. Embora o Japão tenha aderido às sanções ocidentais contra Moscou, Tóquio disse na semana passada que pretende continuar mantendo suas concessões em Sacalina.
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