Panorama internacional

MRE russo: Moscou não exclui que armas entregues pelo Ocidente à Ucrânia sejam usadas contra Rússia

Maria Zakharova, representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, comentou a entrega de armas por países ocidentais à Ucrânia, dizendo que podem atingir território russo.
Sputnik
O governo russo não exclui que o armamento militar fornecido pelos EUA à Ucrânia seja usado para atingir a Rússia, falou na quarta-feira (20) Maria Zakharova, representante oficial do Ministério das Relações Exteriores russo.
"Os EUA anunciaram em 13 de abril mais um pacote de ajuda militar [à Ucrânia]. Kiev receberá dezenas de obuseiros, milhares de peças de artilharia, centenas de veículos de transporte blindados, além de helicópteros Mi-17 de produção russa, com os quais depois serão atingidas as cidades pacíficas da RPD [República Popular de Donetsk] e da RPL [República Popular de Lugansk], e, possivelmente, o território da Rússia, como afirmaram alguns responsáveis na Ucrânia", disse ela em briefing.
"Interessante que os helicópteros fornecidos à Ucrânia foram previamente encomendados pelo Pentágono para o Exército do Afeganistão", acrescentou Zakharova.
Kiev também está recebendo ajuda de "extremistas" em forma de "7.000 mercenários estrangeiros de 63 países", principalmente de Polônia, EUA, Canadá, Romênia e Geórgia. Há vários países que são contra, mas não podem resistir à pressão de Washington, segundo a representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia.
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Maria Zakharova disse que o recrutamento de mercenários está sendo feito por embaixadas ucranianas, com o apoio de Washington.
Mesmo assim, as negociações russo-ucranianas continuam, apesar de Kiev estar prorrogando as discussões, de acordo com a diplomata.
"Continuam as negociações russo-ucranianas para resolver pacificamente a situação na Ucrânia, e garantir seu status neutro, não nuclear e não alinhado. Sua agenda inclui a desmilitarização e desnazificação, recuperação do status oficial da língua russa e o reconhecimento das realidades territoriais atuais, incluindo a pertença da Crimeia à Rússia e a independência da RPD e da RPL", continuou.
"Os negociadores ucranianos estão engajados, infelizmente, no que se tornou sua prática habitual ao longo dos anos, a saber, arrastando o processo de negociações, rejeitando demonstrar uma abordagem construtiva em questões prioritárias, e, às vezes, simplesmente se recusando a responder rapidamente aos materiais e propostas feitos pelo lado russo."
Zakharova desafiou Kiev a "procurar opções realistas para os acordos" se está "realmente comprometida com seu desejo público e confirmado".
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