Panorama internacional

Inadimplência da Rússia poderá virar inadimplência da Europa, diz ex-presidente russo Medvedev

O vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia e ex-presidente do país, Dmitry Medvedev, criticou as políticas da União Europeia, afirmando que "terão de mudar a retórica" eventualmente.
Sputnik
Dmitry Medvedev, vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, declarou que uma inadimplência russa pode ter um efeito bumerangue para a Europa.

"Um default da Rússia pode acabar em default da Europa, tanto moral, como, muito provavelmente, material", disse ele no domingo (17) no Telegram.

Medvedev também afirmou que Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, deve esperar agradecimento dos europeus pela hiperinflação e influxo de migrantes, pelos quais "já não será possível culpar os malvados russos".
Panorama internacional
Ex-presidente da Rússia 'congratula' países europeus após registrarem preços recordes de gás
"Esperem um grande agradecimento dos europeus comuns pela hiperinflação, pela qual já não será possível culpar os malvados russos, pela ausência de produtos básicos nas lojas, e pelo influxo de migrantes, que provocará uma onda de criminalidade violenta pior do que a albanesa", segundo Medvedev.
"Nesse caso essas mulheres e homens de Bruxelas terão de mudar a retórica, senão haverão fogos fedorentos de pneus queimando nas ruas de cidades europeias bem conservadas, em louvor aos heróis de Maidan [eventos do golpe de Estado pró-ocidental na Ucrânia em 2014] e da Grande Vitória [na Segunda Guerra Mundial] sobre a €uropa!", acrescentou ele.
Isso, apontou ele, seria por causa do sistema financeiro da União Europeia não ser "muito resiliente, a confiança das pessoas está caindo. Não houve tanta pressão mesmo no memorável ano de 2008, e na época era muito difícil".
Segundo o ex-presidente russo (2008-2012), o principal objetivo da Europa é uma inadimplência por parte da Rússia, e não a paz na Ucrânia.
"Essa fulana europeia Ursula começou dando textos ativamente. Seu objetivo principal agora já não é o sofrimento de pessoas exaustas, não o fim da operação militar especial, não a tão esperada paz na Ucrânia, mas o default financeiro da Rússia", escreveu.
"Era isso! Era o que foi desejado secretamente à noite! Era essa a estratégia profunda da União Europeia, a agenda oculta dos masoquistas de Bruxelas e de seus parceiros do jogo do outro lado do oceano. Muito bem, tentem lá."
Comentar