Panorama internacional

Sanções antirrussas: EUA proíbem novos investimentos na economia da Rússia

A Casa Branca anunciou que está impondo, em conjunto com o G7 e a União Europeia, uma nova rodada de restrições à economia da Rússia.
Sputnik
Os EUA estão proibindo novos investimentos na economia russa, relatou na quarta-feira (6) um alto funcionário da Casa Branca.
"Com o [grupo] G7 e a UE [União Europeia], nós anunciamos uma proibição em novos investimentos na Rússia, a qual o presidente [dos EUA, Joe] Biden imporá por ordem executiva", indicou o funcionário em um briefing telefônico.
"Estamos escalando dramaticamente o choque financeiro com a imposição de bloqueio total contra o Sberbank e Alfa Bank", referiu ele, acrescentando que Washington "agora bloqueou totalmente dois terços do setor bancário russo", que antes da operação russa tinha US$ 1,4 trilhão (R$ 6,6 trilhões) em ativos".
Ao mesmo tempo, o funcionário da Casa Branca sublinhou que as transações energéticas estão isentas das sanções impostas ao Sberbank.
"Desculpe, eu devia ter dito que existe uma talha para energia. Sim, tal como as outras sanções de bloqueio. É a mesma, mesma talha", disse ele.
Adicionalmente, foi referido que as empresas estatais (SOE, na sigla em inglês) russas do setor energético não estarão na lista de entidades sancionadas do Tesouro dos EUA a ser publicada na quinta-feira (7).
"Estas não são todas SOE russas, e não serão SOE do setor energético. Você ouvirá mais do Tesouro amanhã [7] sobre as instituições específicas", apontou.
Nesse dia serão anunciadas novas restrições contra as SOE, continuou o funcionário.
"Sanções de bloqueio total contra várias grandes empresas estatais russas críticas. Isto proibirá qualquer pessoa dos EUA de transacionar com estas entidades, e congelará quaisquer seus ativos sujeitos à jurisdição dos EUA, prejudicando assim a capacidade do Kremlin de usar essas entidades, das quais depende, de possibilitar e financiar sua guerra na Ucrânia", detalhou ele.
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O representante da administração Biden também mencionou sanções contra familiares de Vladimir Putin, presidente da Rússia, e Sergei Lavrov, ministro das Relações Exteriores do país.
"Estamos sancionando as filhas adultas de Putin, a esposa e a filha do ministro Lavrov e membros do Conselho de Segurança russo", divulgou o alto funcionário da Casa Branca. Em resposta a uma pergunta de jornalista se as sanções eram dirigidas a Maria Putina e Ekaterina Tikhonova, ele respondeu afirmativamente.
A mídia ocidental especulou anteriormente que Ekaterina Tikhonova, que trabalha na Universidade Estatal de Moscou, é supostamente filha do presidente russo. O próprio Putin não confirmou, mas também não negou a informação.
Mikhail Mishustin, primeiro-ministro da Rússia, e Dmitry Medvedev, vice-presidente do Conselho de Segurança russo, também foram incluídos nas novas sanções.

Abordagem das sanções

Além disso, os EUA defendem que as sanções antirrussas podem ser enfraquecidas dependendo da situação na Ucrânia.
"As sanções foram desenvolvidas de forma a serem suficientemente flexíveis. Podemos fortalecê-las e enfraquecê-las dependendo das circunstâncias."
"Estamos negando capital, tecnologias, talento que podia ter fluído para a Rússia, e a combinação de passos que estamos tomando cria esta espiral descendente, que acelera à medida que Putin escala. Se ele algum dia mudar de rumo, esta espiral de feedback negativo se desacelerará, e, talvez, possa se inverter. Nada disto é permanente", sublinhou o representante da administração dos EUA.
O alto funcionário norte-americano concluiu que a Rússia caíra do grupo G20 em resultado das sanções.
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"O choque econômico só neste ano, segundo previsões do FMI, eliminará os ganhos econômicos dos últimos 15 anos. Antes a Rússia era a 11ª maior economia do mundo. Agora é muito possível que ela saíra do top-20", declarou.

Reino Unido se junta às restrições

Já o Reino Unido incluiu Boris Rotenberg, empresário russo, e Leonid Mikhelson, chefe da empresa Novatek, em uma lista de sanções, segundo um documento do Escritório Estrangeiro atualizado nesta quarta-feira (7).
Aleksandr Dyukov, o presidente do conselho de administração da Gazprom Neft, e Andrei Akimov, presidente do conselho de administração da Gazprombank, também foram acrescentados à lista.
Além disso, o Reino Unido impôs sanções contra o Banco de Crédito de Moscou e congelou seus ativos.
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