Kiev não cumpriu nenhuma das suas obrigações de evacuação de cidadãos de Mariupol, falou no domingo (3) Mikhail Mizintsev, diretor do Centro Nacional de Gerenciamento de Defesa da Federação da Rússia.
"Devido aos militantes das formações nacionalistas na prática não obedecerem ao Kiev oficial, continuam disparando constantemente contra os corredores humanitários declarados. O lado ucraniano não cumpriu nenhuma das suas obrigações de evacuação dos cidadãos, nenhuma coluna humanitária vinda de oeste conseguiu entrar em Mariupol", segundo Mizintsev.
"Contamos com o apoio de nossos colegas turcos para assegurar que as autoridades ucranianas cumpram estritamente suas obrigações de criar um corredor humanitário e cumprir o regime de cessar-fogo durante o período de realização da operação de evacuação de cidadãos na direção de Mariupol", acrescentou ele.
Assim, a Rússia está chamando a atenção do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE, na sigla em inglês), do Alto Comissariado da ONU para Refugiados, e de outras organizações internacionais, para a "política desumana [e] criminosa do Kiev oficial relativamente aos cidadãos, e as violações cínicas do direito humanitário internacional", disse o diretor da organização, que pertence ao Ministério da Defesa russo.
Mikhail Mizintsev chamou a atenção para o fato de que a Rússia, a pedidos pessoais da Alemanha, França e Turquia, criou todas as condições para garantir a segurança dos corredores humanitários para a evacuação de civis e estrangeiros de Mariupol para Berdyansk, mais adiante por transporte terrestre para a Crimeia ou Zaporozhye, e também por transporte marítimo para destinos escolhidos.
"Infelizmente, as operações bem organizadas e preparadas para salvar os mariupolenses e cidadãos estrangeiros foram cinicamente rompidas pelo lado ucraniano: a seção da rota adjacente à cidade de Mariupol foi repetidamente exposta a fogo de unidades das Forças Armadas da Ucrânia e batalhões nacionalistas, inclusive de morteiros e armas de fogo de grande calibre", disse ele.
Em resultado disso, apontou o general, a coluna humanitária que incluía representantes do Comitê Internacional da Cruz Vermelha esteve por dois dias em Mangush, na constante expectativa de um verdadeiro cessar-fogo dos nacionalistas, e da confirmação pelas autoridades de Kiev da introdução de um "regime de silêncio", que até agora não conseguiram assegurar.