Panorama internacional

Coalizão liderada pela Arábia Saudita no Iêmen anuncia suspensão das operações militares

A notícia chega no momento em que este mês marca o sétimo aniversário do conflito entre iemenitas e sauditas, iniciado em 22 de março de 2015, e que causa uma das piores crises humanitárias do mundo até hoje.
Sputnik
Nesta terça-feira (29), a coalizão liderada pela Arábia Saudita que luta no Iêmen disse que interromperá as operações militares no país a partir de quarta-feira (30) visando ajudar a criar uma atmosfera positiva para que as negociações entre os partidos iemenitas sejam bem-sucedidas.
Os diálogos e negociações devem ocorrer em formato de conferência entre os dias 29 de março e 7 de abril.

"Anunciamos a cessação das operações militares no Iêmen para tornar as consultas bem-sucedidas e criar um ambiente positivo para a pacificação durante o mês do Ramadã, a convite de Sua Excelência o secretário-geral do Conselho de Cooperação para os Estados Árabes do Golfo" diz o comunicado da coalizão árabe.

As partes planejam discutir uma série de questões para enfrentar a crise política, incluindo a formação de um novo governo iemenita e a reconstrução de áreas afetadas pela guerra.

Riad recebeu facções aliadas da guerra do Iêmen nesta terça-feira (29), enquanto a ONU tenta garantir uma trégua com o objetivo de permitir navios de combustível e alguns voos para áreas controladas pelos houthis durante o mês sagrado muçulmano do Ramadã.
Forças leais aos houthis do Iêmen participam de um desfile militar que marca o sétimo aniversário da intervenção da coalizão liderada pela Arábia Saudita em seu país, na capital Sanaa, em 29 de março de 2022
No início do mês, os dois lados fizeram esforços para iniciar negociações de paz em meio a contínuas hostilidades. A Arábia Saudita se ofereceu para realizar a reunião em Riad, pronta para garantir a inviolabilidade da delegação houthi.
O presidente iemenita, Abd Rabbuh Mansur Hadi, também concordou em participar dos diálogos que seriam a primeira tentativa de organizar um encontro direto entre os líderes de ambos os lados da guerra civil iemenita que hoje completa sete anos.
De acordo com o Expresso, dados da ONU mostram que ao longo do conflito, pelo menos 377 mil pessoas foram mortas, a grande maioria devido a consequências indiretas dos combates, como fome e doenças, naquele que é considerado um dos piores desastres humanitários do mundo.
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