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Crise na Ucrânia: Brasil teme que pressão ocidental atrapalhe trabalhos do G20, diz mídia

Citando fontes do alto escalão do Itamaraty, publicação afirma que diplomatas brasileiros estão trabalhando diariamente para manter o G20 intacto.
Sputnik
Com o aumento das sanções norte-americanas e europeias contra a Rússia, a estratégia da diplomacia brasileira é se unir a outros países em desenvolvimento para tentar blindar as organizações internacionais e de colaboração multilateral.
O temor do Itamaraty, escreve o colunista Jamil Chade, é de que, na sanha de isolar Vladimir Putin, a pressão internacional "sequestre" as agências técnicas da ONU (Organização das Nações Unidas), além do trabalho do G20 e de outros organismos.
O racha entre as potências ocidentais e os emergentes foi exposto em alguns fóruns internacionais recentes, na OMC, na FAO e na UNESCO. Segundo fontes diplomáticas ouvidas pela publicação, a tensão deve aumentar nas próximas semanas.
Embaixador do Brasil na ONU, Ronaldo Costa Filho, discursa no Conselho de Segurança das Nações Unidas durante reunião sobre não proliferação de armas de destruição em massa, na sede das Nações Unidas, em Nova York, EUA, 14 de março de 2022.
A ofensiva liderada pelos EUA e membros da União Europeia (UE) de "neutralizar Moscou" foi ampliada, e a ordem na diplomacia desses países é a de usar todas as entidades para condenar a Rússia e garantir o seu isolamento político.
Para isso, norte-americanos e europeus têm liderado uma verdadeira guerra nos bastidores, buscando apoio para que resoluções e medidas sejam adotadas em todos os organismos internacionais e fóruns de debate.
A preocupação do Brasil é de que tal movimento acabe contaminando os trabalhos técnicos das entidades que lidam com temas específicos, como saúde, educação ou telecomunicações. Um dos focos é manter o G20 "blindado", e evitar que o grupo passe a ser instrumentalizado por EUA e Europa para pressionar Putin.
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Na avaliação do Brasil, tais espaços precisam continuar sendo "inclusivos e plurais" para dar conta das urgências humanitárias no mundo, tanto no aspecto de energia como alimentação.
O mesmo vale para a OMC (Organização Mundial do Comércio) e entidades multilaterais especializadas e técnicas. Na agência de comércio, por exemplo, uma aliança foi montada pelos EUA e europeus para retirar da Rússia direitos comerciais. Mas nem Brasil, Índia, China, África do Sul e outros emergentes se uniram à iniciativa.
Nesta semana, na UNESCO, o Brasil adotou uma postura de abstenção em uma resolução que propunha condenar a Rússia por ataques contra a liberdade de expressão, cultura e educação. Ao lado do Brasil estavam, mais uma vez, países como China, Índia e África do Sul.
Mesmo na FAO, o governo brasileiro quer liderar um pedido para que fertilizantes possam ser excluídos da lista de embargos contra a Rússia. Brasília, pressionada pelo agronegócio, alegará que tais medidas ameaçam ampliar a fome no mundo.
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