Panorama internacional

Silêncio dos EUA e da UE sobre morte de civis em Donetsk por míssil ucraniano desanima Moscou

Ao todo 20 pessoas morreram e outras 36 ficaram feridas na segunda-feira (14) depois que um míssil balístico tático ucraniano Tochka-U explodiu no coração da capital da República Popular de Donetsk.
Sputnik
O Ministério das Relações Exteriores da Rússia caracterizou o ataque da última segunda-feira (14) na República Popular de Donetsk como um "crime contra a humanidade" e alertou que a ação "não ficará impune".
Moscou está decepcionada com o silêncio ocidental após o ataque de 14 de março a civis de Donetsk, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.

"Estamos muito, muito desapontados que os líderes europeus, a minha colega [secretária de imprensa da Casa Branca Jen] Psaki, seu chefe, o presidente dos EUA, Joe Biden, os líderes de organizações internacionais, a liderança da OTAN [Organização do Tratado do Atlântico Norte], não disseram nada ontem ou hoje sobre Donetsk, ou dos moradores civis que morreram com o míssil lançado pelos militares ucranianos", disse Peskov, falando em uma entrevista com repórteres nesta terça-feira (15).

"Não darei nenhuma avaliação pessoal sobre este assunto. Só quero afirmar isso e pedir a todos que prestem atenção a esse fato", acrescentou Peskov.
Um míssil balístico ucraniano Tochka-U equipado com munições de fragmentação foi abatido sobre o centro da cidade de Donetsk na segunda-feira (14), matando 20 civis e ferindo outros 36.
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O porta-voz do Ministério da Defesa russo, Igor Konashenkov, sugeriu que o bombardeio da República Popular de Donetsk usando tais munições de fragmentação ilegais era evidência de que as forças ucranianas estavam tentando matar o maior número possível de civis, e disse que uma decisão sobre o uso do Tochka-U exigiria a aprovação da liderança militar ucraniana em Kiev.
O Exército russo, atendendo a um chamado das repúblicas populares de Donetsk e Lugansk, lançou uma operação especial militar com o objetivo de "desmilitarizar" e "desnazificar" a Ucrânia em 24 de fevereiro, após semanas de escalada de bombardeios ucranianos, sabotagem e ataques de atiradores nas cidades de Donbass. A operação foi iniciada três dias depois de a Rússia reconhecer as autoproclamadas repúblicas do Donbass como Estados independentes. Na semana passada, o Ministério da Defesa da Rússia recuperou e publicou documentos que disse servirem como evidência dos planos ucranianos de iniciar uma ofensiva em grande escala no Donbass a partir de março.
O conflito no Donbass começou na primavera europeia, em 2014, quando Kiev enviou tropas para tentar esmagar um movimento de independência incipiente que surgiu após um golpe de Estado apoiado pelo Ocidente na Ucrânia. Mais de 14.000 pessoas foram mortas no conflito de Donbass nos últimos oito anos, com tentativas russas e europeias para convencer Kiev a encerrar o conflito diplomaticamente falhando e os líderes da Ucrânia se recusando a fornecer autonomia constitucionalmente garantida às regiões independentistas em troca do seu regresso à jurisdição de Kiev.
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