Panorama internacional

Após sanções contra Rússia, Ford passará a vender carros incompletos nos EUA

A montadora Ford anunciou que veículos chegarão às concessionárias sem controle do ar-condicionado do banco de trás.
Sputnik
A escassez de chips de computador atingiu as empresas de automóveis nos EUA. A Ford anunciou que começará a entregar os SUVs Explorer sem todos os seus componentes, diante de um estoque cada vez mais apertado de veículos disponíveis para venda nas concessionárias.
De acordo com reportagem da CNN Business, a montadora divulgou que fabricará esses modelos de utilitários sem os controles de banco traseiro para ar-condicionado e aquecimento.
Para compensar os clientes, a Ford oferece uma escolha: obter um crédito de US$ 50 (R$ 257,19) — ou esperar mais tempo para que a caminhonete seja construída com o recurso.
A fabricante acrescentou que instalará o recurso de controle climático do banco traseiro dos Explorers assim que os chips estiverem disponíveis.
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Vale lembrar que a Ford não é a única montadora que comercializa veículos sem todos os recursos originalmente projetados. Devido à falta de semicondutores e outras peças, praticamente todas as empresas do gênero foram forçadas a interromper temporariamente a produção em algumas de suas fábricas.

As sanções contra a Rússia

Com a escassez de matérias-primas, gigantes como Ford e Michelin enfrentam agora dificuldades com logística e produtos importados. As sanções nas rotas comerciais são um empecilho para o envio de carros e peças.
Além disso, com sede em Moscou, a empresa Nornickel é a maior produtora de paládio, um metal essencial para a fabricação de catalisadores que são colocados nos sistemas de escapamento de veículos com motor a combustão.
No ano passado, a companhia russa foi responsável por 40% da produção global da matéria-prima.
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Com o efeito cascata, a fabricante de pneus Michelin anunciou a suspensão de suas atividades em algumas fábricas europeias.
A Ford, por sua vez, cortará a produção de caminhões e SUVs devido à falta de peças, enquanto a BMW pausará as suas operações em algumas plantas.
Após o início da operação militar especial na Ucrânia, em 24 de fevereiro, diversas nações condenaram o gesto e ativaram uma sequência de sanções individuais e setoriais que buscam infligir o maior dano possível à economia russa. Dezenas de empresas anunciaram no fim desse mês a decisão de suspender seus negócios na e com a Rússia.
Um indivíduo usando um celular passa pelo logotipo da Sociedade Mundial de Telecomunicações Financeiras Interbancárias (SWIFT, na sigla em inglês) na conferência bancária e financeira SIBOS, em Toronto, Canadá, 19 de outubro de 2017.
Pela primeira vez as penalizações incluem a desconexão de diversos bancos da Rússia do sistema SWIFT (Sociedade Mundial de Telecomunicações Financeiras Interbancárias, na sigla em inglês), a imobilização das reservas internacionais de seu Banco Central e, no caso de países como Estados Unidos, Canadá, Reino Unido e Austrália, o embargo de importação de petróleo russo.
De acordo com o banco de dados Castellum.AI, a Rússia é agora o país mais atingido pelas sanções, à frente do Irã, da Síria e da Coreia do Norte. Desde meados de fevereiro, quase 3.650 novas medidas restritivas foram ativadas, fora as mais de 2.750 que já estavam em vigor.
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