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Suprema Corte do Reino Unido recusa apelo na extradição de Assange

A Suprema Corte do Reino Unido negou o recurso de Julian Assange, após uma decisão de dezembro de 2021 do Supremo Tribunal de Londres, contra sua extradição para os Estados Unidos.
Sputnik
Com a determinação, nesta segunda-feira (14), da instância mais alta do Judiciário do Reino Unido, o futuro do jornalista investigativo está nas mãos da secretária do Interior, Priti Patel.
Assange, que atualmente se encontra em uma prisão britânica, quer evitar a transferência para uma cadeia dos EUA, alegando temer por sua vida.
O cofundador do WikiLeaks é acusado de espionagem pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ, na sigla em inglês). Ele e sua organização divulgaram uma série de documentos confidenciais norte-americanos revelando vários crimes de guerra.
As informações foram confirmadas pelas redes sociais do WikiLeaks.
A Suprema Corte do Reino Unido recusa o apelo na extradição de Assange. O caso agora segue para a secretária do Interior, Priti Patel, para autorizar a extradição.
O DOJ acusou Assange de violar a Lei de Espionagem de 1917 porque o WikiLeaks revelou documentos secretos sobre os crimes de guerra dos EUA no Iraque. Um deles ocorreu no ano de 2007, em Bagdá, quando um helicóptero foi filmado atirando em civis desarmados, incluindo dois jornalistas da Reuters — episódio que o Pentágono tentou encobrir.
Um vídeo, com uma série de outros arquivos, foi encontrado e entregue ao WikiLeaks pela então analista do Exército dos Estados Unidos Chelsea Manning, condenada a 35 anos de prisão em 2013.
Manning foi posteriormente perdoada em 2017 pelo ex-presidente Barack Obama.
Chelsea Elizabeth Manning, nascida sob o sexo masculino e de nome Bradley Edward Manning, saindo do tribunal militar. Foto de arquivo
Assange enfrenta 18 acusações nos EUA, que podem lhe dar uma sentença máxima de 175 anos de reclusão. Ele já cumpriu três anos na prisão de Belmarsh, em Londres, enquanto aguarda a extradição.
Caso Patel mantenha a decisão da Justiça, o jornalista será extraditado para os Estados Unidos a pedido de Joe Biden.
No início do ano, outra decisão avaliou que ele não poderia ser extraditado devido a preocupações com sua saúde mental e ao risco de suicídio.
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Entidades como a Anistia Internacional entendem que a recusa ao apelo é "uma caricatura de justiça". As organizações encaram o caso de Assange como um pilar acerca do debate sobre liberdade de expressão e de imprensa.
A Anistia Internacional também acredita que, ao aprovar o recurso dos EUA, a "justiça britânica aceitou as garantias diplomáticas pouco confiáveis" do país, que afirma que não vai torturá-lo, por exemplo.
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