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'EUA e aliados' podem atrapalhar a construção do submarino nuclear da Marinha brasileira

O Submarino Convencional de Propulsão Nuclear (SCPN) Álvaro Alberto é a joia da coroa do Prosub, um programa multibilionário lançado em 2008. Para a Marinha, o SCPN é o mais importante projeto tecnológico do Brasil na atualidade.
Sputnik
Neste domingo (13), o jornal O Globo publicou que a "construção do submarino nuclear da Marinha brasileira corre risco de naufragar". Entre as razões apresentadas para a inércia do projeto, a publicação cita uma dependência "de interesses estratégicos", em especial dos Estados Unidos e seus aliados militares.
Embora obstáculos já existissem antes, após a operação militar especial da Rússia na Ucrânia, eles ficaram maiores. Para o jornal, as potências reacenderão o debate acerca da tecnologia nuclear, e o Brasil pode ser impactado.
Vale lembrar que, nesta semana, a Sputnik Brasil fez uma reportagem especial sobre o assunto.
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Para a Marinha, o SCPN é o mais importante projeto tecnológico do Brasil. Quando pronto, significará prestígio internacional, pois apenas os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (Estados Unidos, China, Rússia, França e Reino Unido), além da Índia, detêm a tecnologia. Essas seis nações também já fizeram suas bombas atômicas.
O Brasil pode ser o primeiro país a submeter à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) um modelo de salvaguardas tecnológicas (o mecanismo de proteção e de vistoria de componentes sensíveis) voltado a um submarino movido com combustível nuclear e armas convencionais, como torpedos de alta precisão, minas e mísseis SM 39 Exocet.
Segundo a publicação, "para entender a raiz dos problemas do SCPN", antes é preciso compreender como "esses seis países veem os planos da Marinha brasileira".
O submarino brasileiro Riachuelo.
Na avaliação de almirantes da ativa citados pela reportagem, "o Brasil terá enormes dificuldades para seguir em frente no que depender dos interesses estratégicos dessas nações. E o SCPN depende dessa cooperação, em especial com os Estados Unidos e seus aliados militares".
O financiamento de todo o Prosub, embora volumoso (já recebeu mais de R$ 27 bilhões), sofre com a imprevisibilidade. Entre 2015 e 2021, os recursos para o programa ficaram aquém do planejado. Neste ano, as chapas de aço prensado do casco foram contratadas e devem ser entregues apenas em dezembro.
O submarino nuclear do Brasil também sofre com a instabilidade de recursos, pois o país não tem fornecedores que atendam aos requisitos nucleares.

"A minha maior preocupação diz respeito ao acesso a tecnologias sensíveis. E os Estados Unidos interferem não só com relação àquelas encomendas a empresas norte-americanas, mas a de outros países", afirmou o almirante de esquadra Marcos Sampaio Olsen.

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