Panorama internacional

Editorial de mídia estatal da China cobra EUA por laboratórios biológicos: 'Devem respostas'

Em editorial publicado nesta sexta-feira (11), o Global Times, jornal estatal da China, escreveu que os "EUA devem ao mundo uma resposta" sobre as operações em laboratórios na Ucrânia.
Sputnik
O Ministério da Defesa da Rússia divulgou nos últimos dias documentos que foram adquiridos pela inteligência russa a partir das descobertas em um laboratório biológico na Ucrânia.
Os relatórios sugerem que patógenos perigosos, incluindo os do antraz, da cólera e da praga, foram destruídos no que aparentava ser um encobrimento de atividades que violavam a Convenção sobre as Armas Químicas e Biológicas, apontou Moscou.
Os documentos expõem as pesquisas dos EUA e seus aliados da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) sobre armas biológicas na Ucrânia, incluindo estudos sobre a disseminação do vírus da gripe aviária, altamente infeccioso.
"A reação dos EUA perdeu um pouco o ponto", sustenta o Global Times. A publicação destaca que a secretária de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, fez oito publicações consecutivas, em suas redes, para "condenar a Rússia por espalhar desinformação".
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Porém, "ela evitou mencionar sobre o laboratório biológico dos EUA na Ucrânia", diz o jornal, enfatizando que a resposta da funcionária do governo norte-americano é "pálida e ilógica".
Para a mídia chinesa, há uma série de perguntas que precisam ser respondidas, e com urgência, como as razões pelas quais "os laboratórios correram para destruir os materiais". "Qual é a relação entre o Pentágono e os 336 laboratórios biológicos dos EUA ao redor do mundo?", questiona a publicação.
"As atividades militares biológicas não são triviais. É razoável e legítimo que a comunidade internacional questione os EUA por isso", diz o editorial.
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Segundo o Ministério da Defesa da Rússia, havia cerca de 30 laboratórios do gênero no território ucraniano seguindo ordens do Departamento de Defesa dos EUA.
O órgão russo citou documentos obtidos e publicados na quarta-feira (9), que mostram que Viktor Lyashko, diretor do Ministério da Saúde da Ucrânia, ordenou que os laboratórios erradicassem amostras patogênicas antes da introdução da lei marcial no país.
"As armas biológicas são vistas como armas de destruição em massa, juntamente com as armas nucleares e químicas. Qualquer suspeita de desenvolvimento privado de armas biológicas deve ser prontamente investigada. A divulgação de informações da Rússia foi muito específica e deve chamar a atenção da comunidade internacional", escreve a publicação.
Os militares russos também disseram que os documentos disponíveis confirmam muitos casos de transferência de amostras biológicas de cidadãos ucranianos para o exterior, com a possibilidade de criação de agentes infecciosos que podem afetar seletivamente vários grupos étnicos da população.
Por essa razão, o Ministério da Saúde da Ucrânia teria enviado 350 recipientes com amostras de soro sanguíneo à Austrália, e cerca de mil à Alemanha.
"A comunidade internacional, incluindo a Europa, deve pressionar fortemente os EUA e não se deixar influenciar pelas alegações de desinformação de Washington. Os EUA devem ao mundo uma resposta sobre esse assunto", conclui o jornal.
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