Panorama internacional

Primeiro-ministro do Paquistão responde a pedido de criticar Rússia: 'Somos seus escravos?' (VÍDEO)

O primeiro-ministro paquistanês, Imran Khan, atacou no último domingo (6) os enviados ocidentais em Islamabad que, na semana passada, pediram ao Paquistão que condenasse as ações da Rússia na Ucrânia.
Sputnik
Os chefes de 22 missões diplomáticas, incluindo de Estados-membros da União Europeia (UE), divulgaram uma carta conjunta em 1º de março pedindo que o Paquistão apoie uma resolução na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) condenando o que o Ocidente tem chamado de "agressão" da Rússia contra a Ucrânia. A decisão de liberar a carta publicamente foi rara.
"O que vocês acham de nós? Nós somos seus escravos[?][...] Que o que vocês disserem, nós faremos?", disparou Khan enquanto discursava em um comício.
O Paquistão, um tradicional aliado do Ocidente, se absteve de votar enquanto a Assembleia Geral da ONU repreendia a Rússia por sua operação especial militar para "desmilitarizar" e "desnazificar" a Ucrânia a pedido das repúblicas populares de Donetsk e Lugansk.

"Quero perguntar aos embaixadores da União Europeia: vocês escreveram uma carta assim para a Índia?", disse Khan, observando que o arquirrival do Paquistão também se absteve.

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Segundo a Reuters, o líder paquistanês também disse que os países europeus não censuraram a Índia por suas ações na Caxemira, uma região montanhosa na qual Paquistão e Índia travaram duas guerras.
Ele disse que o Paquistão sofreu porque apoiou a aliança ocidental da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) no Afeganistão, mas em vez de gratidão enfrentou críticas.
Khan e seu governo se viram no centro das atenções depois que ele fez uma visita a Moscou no final de fevereiro, quando as tensões na região de Donbass escalavam. Horas depois de sua partida, o presidente russo, Vladimir Putin, anunciou o início da operação especial militar.
"Somos amigos da Rússia e também somos amigos dos Estados Unidos, somos amigos da China e da Europa, não estamos em nenhum campo", acrescentou Khan, dizendo que o Paquistão permanecerá "neutro" e vai trabalhar com aqueles que tentam acabar com o conflito.
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