Ciência e sociedade

Planeta em formação com maior molécula já registrada pode explicar origem da vida (VÍDEOS)

Astrônomas encontraram a grande molécula em um disco de poeira e gases ao redor de uma estrela jovem.
Sputnik
As pesquisadoras da Universidade de Leiden, nos Países Baixos, encontraram a presença de dimetil éter no disco que está em volta da estrela IRS 48, fora da Via Láctea. Essa molécula contém oxigênio e pode ajudar na criação de açúcares e outras moléculas, o que os especialistas chamam de composto prebiótico.
A nova descoberta, publicada nesta terça-feira (8) na revista acadêmica Astronomy & Astrophysics, pode ajudar a resolver os mistérios sobre origem da vida no Universo.

"A partir desses resultados, podemos aprender mais sobre a origem da vida em nosso planeta e, portanto, ter uma ideia melhor do potencial de vida em outros sistemas planetários. É muito emocionante ver como essas descobertas se encaixam no quadro geral das coisas", disse a astrônoma Nashanty Brunken, a autora principal do estudo.

As cientistas explicaram que o novo estudo é a continuação de dois outros projetos. O primeiro, publicado em 2013, nos apresentou a "armadilha de poeira" ao redor da IRS 48, fenômeno em que partículas de poeira podem se agrupar em aglomerados cada vez maiores e eventualmente formar cometas, asteroides e planetas. Em 2021, o segundo estudo descobriu que esta armadilha é rica em estruturas de gelo com moléculas complexas.
Animação demonstrando a "armadilha de poeira" ao redor da estrela IRS 48.
A partir de todas essas informações, a equipe de cientistas utilizou a rede de telescópios gigantes ALMA, que fica no deserto do Atacama, no Chile, para estudar de perto todas essas moléculas.

"É realmente emocionante finalmente detectar essas moléculas maiores em discos. Por um tempo, pensamos que talvez não fosse possível observá-las. O que torna isso ainda mais emocionante é que agora sabemos que essas moléculas maiores e complexas estão disponíveis para alimentar planetas em formação dentro do disco. Isso não se sabia antes porque na maioria dos sistemas essas moléculas estão escondidas no gelo", explicou outra pesquisadora envolvida no projeto, Alice Booth.

Imagem da estrela IRS 48 e seu disco de poeira e gases.
Com as novas informações, as pesquisadoras poderão monitorar essas moléculas desde os berçários planetários até os planetas em si.

"Esperamos que com mais observações possamos chegar mais perto de entender a origem das moléculas prebióticas em nosso Sistema Solar", disse a astrônoma e coautora do estudo Nienke van der Marel.

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