Panorama internacional

Orçamento de Defesa da China deve crescer 7% em 2022

Analistas citam economia, incertezas geopolíticas e necessidades de desenvolvimento como fatores para a expansão dos gastos militares da China.
Sputnik
Enquanto a China não anuncia oficialmente seu orçamento de Defesa para 2022, analistas ouvidos pelo Global Times fizeram algumas previsões a respeito do tema. Todos concordam que o país provavelmente continuará aumentando seus gastos militares.
Segundo eles, embora a China desfrute de um desenvolvimento econômico positivo, é preciso enfrentar as "crescentes ameaças à segurança". Os especialistas em assuntos militares acreditam que, por essa razão, o orçamento pode crescer cerca de 7%.
A quantia será divulgada ao público por um relatório orçamentário durante a abertura da sessão anual da Assembleia Popular Nacional, a mais alta legislatura do país, marcada para este sábado (5).
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Em março de 2021, a China anunciou um orçamento de Defesa de US$ 209 bilhões (R$ 1,05 trilhão), um aumento de 6,8%. Para este ano, porém, os analistas entendem que as inseguranças são maiores.

"As ameaças à segurança nacional que a China está enfrentando e as demandas por aprimoramento da capacidade de defesa decorrentes dessas ameaças são os fatores determinantes", apontaram.

Eles citam que os EUA vêm aplicando pressão militar à China nos últimos anos, por meio de operações mensais de navios de guerra no estreito de Taiwan, assim como missões de reconhecimento no mar do Sul da China.
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Entre as ameaças norte-americanas, os especialistas chineses citam ainda o Diálogo de Segurança Quadrilateral (Quad, na sigla em inglês), com Japão, Índia e Austrália, e o novo pacto de segurança AUKUS, com a Austrália e o Reino Unido, "ambos projetados para cercar militarmente a China", comentaram.
Os entrevistados pelo portal chinês avaliam que os EUA realizaram intensivos exercícios militares perto da China em 2021.
Eles destacam os grupos de porta-aviões que entraram no mar do Sul da China em 13 oportunidades, mais que o dobro das atividades em 2020, e a ação de pelo menos 11 submarinos de ataque movidos a energia nuclear, também vistos na região.
As novas armas e equipamentos dos Estados Unidos, como submarinos nucleares de última geração, caças e mísseis hipersônicos, "também estão sendo desenvolvidos com a China em mente", disse outro analista militar chinês ao Global Times, destacando a "ameaça" norte-americana.
Míssil balístico hipersônico Rampage sendo lançado de avião de combate F-16. Foto de arquivo
Em 2022, a China provavelmente lançará seu terceiro porta-aviões, expandirá a produção do caça furtivo J-20 e modernizará seu arsenal nuclear, que precisa do apoio de um orçamento suficiente, disseram observadores.
Para cumprir esse roteiro, é necessário aumentar os orçamentos de Defesa ao longo de anos consecutivos, comentaram. Vale lembrar que o PIB da China subiu para 8,1% em 2021, ficando bem acima da meta anual do governo de alcançar uma taxa de crescimento acima de 6%.
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