Ciência e sociedade

Nova tecnologia pode revelar segredos sobre a história da Terra a partir de grãos de areia

Pesquisadores da Universidade de Curtin, na Austrália, desenvolveram uma nova métrica para identificar a "impressão digital de distribuição etária" de minerais como o zircão, na areia.
Sputnik
Os cientistas explicam no estudo publicado na revista acadêmica Earth and Planetary Science Letters, que embora a maioria dos registros geológicos se perdem por conta da erosão, alguns minerais mais resistentes são capazes de guardar informações por longos períodos de tempo.

"Minerais duráveis, como o zircão, formam sedimentos que efetivamente reúnem informações desses mundos perdidos para pintar um quadro vívido da história do planeta, incluindo ambientes em transformação, o desenvolvimento de uma biosfera habitável, a evolução dos continentes e o acúmulo de recursos minerais em limites de placas [tectônicas] antigas", explicou Milo Barham, líder do estudo.

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A nova métrica desenvolvida pelos pesquisadores pode ser usada para traçar a história da Terra com uma precisão e detalhe nunca antes possível.

"Os zircões contêm elementos químicos que nos permitem datar e reconstruir as condições de formações minerais. Assim como a demografia da população humana traça a evolução dos países, essa técnica nos permite traçar a evolução dos continentes, identificando a demografia da população etária específica de grãos de zircão em um sedimento", explicou um dos co-autores do projeto, Chris Kirkland.

Um dos exemplos utilizados pelos cientistas no estudo é a geologia da América do Sul. Enquanto a região leste é marcada por grãos jovens que foram criados "a partir da crosta mergulhando sob o continente, causando terremotos e vulcões nos Andes", o lado oeste é muito mais calmo e possui "uma mistura de grãos velhos e jovens coletados de uma diversidade de rochas em toda a bacia amazônica".
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