Panorama internacional

Com ou sem acordo nuclear, Irã estabelece meta para enriquecer urânio

Ministro das Relações Exteriores do Irã, Hossein Amirabdollahian disse nesta semana que as negociações nucleares chegaram a um "ponto sensível".
Sputnik
Estão longe de chegar a um consenso as negociações em Viena sobre o Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês), o acordo nuclear iraniano. Na última semana, alguns diplomatas envolvidos nas negociações chegaram a dizer que este é o "fim do jogo".
Com a indecisão sobre o tratado, o diretor da Organização de Energia Atômica do Irã (OEAI), Mohammad Eslami, disse nesta sexta-feira (25) que o país enriquecerá urânio a até 20% de pureza, independentemente de qualquer acordo na capital austríaca.
"O enriquecimento [de urânio] continua com um teto máximo de 60%, o que levou os ocidentais a apressar as negociações, e continuará, apesar da retirada das sanções, em 20% e 5%", afirmou Eslami, citado pela agência de notícias iraniana Fars.
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O JCPOA, firmado em 2015, restringe a pureza com que o Irã pode enriquecer urânio a 3,67%, muito abaixo dos cerca de 90% para armas ou dos 20% que o país alcançou antes do acordo.
Informações de outros veículos de imprensa indicam que o Irã está agora enriquecendo urânio em vários níveis, sendo o mais alto em torno de 60%.
O principal negociador nuclear do Irã, Ali Bagheri Kani, voltou a Teerã na quarta-feira (23) para as consultas finais com os líderes iranianos, enquanto os diplomatas de Rússia, Reino Unido, França, Alemanha e China permanecem em Viena.
Kani se reunirá com o Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã, do qual receberá instruções para as próximas negociações internacionais, no sábado (26).
Enrique Mora, secretário-geral adjunto do Serviço Europeu de Ação Externa, e Abbas Araghchi, vice-ministro das Relações Exteriores do Irã, aguardam o início de uma reunião da Comissão Mista sobre o acordo nuclear, Viena, Áustria, 6 de abril de 2021. Foto de arquivo
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